Abengoa suspende contratos de trabalho

Cerca de 350 trabalhadores da Usina serão atingidos

As usinas da Abengoa em São João da Boa Vista e Pirassununga iniciaram um programa de bolsa de qualificação profissional a alguns de seus trabalhadores, que vai gerar a suspensão de seus contratos  por três meses. A informação é do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vargem Grande do Sul. De acordo com Gilson Donizete do Lago, presidente do sindicato, a medida começa a valer em dezembro e vai atingir cerca de 350 trabalhadores, que continuaram a ter seus vencimentos e benefícios pagos durante o período.

De acordo com o Ministério do Trabalho, a Bolsa Qualificação é uma das modalidades do benefício Seguro-Desemprego concedida ao trabalhador com contrato de trabalho suspenso, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo, devidamente matriculado em curso ou programa de Qualificação Profissional oferecido pelo empregador.

Gilson contou à Gazeta de Vargem Grande que a empresa procurou o sindicato para informar sobre a medida. Segundo ele, durante esse período, o trabalhador irá receber do governo o benefício de até R$ 1,6 mil. O que faltar para completar o que o profissional recebia de salário líquido será pago pela empresa.

Além disso, o trabalhador continua recebendo benefícios como plano de saúde e o vale-alimentação. “Nesse período, a empresa, após negociação com o sindicato, ainda irá pagar todo o 13º salário e também férias. Isso foi uma conquista do Sindicato”, explicou Gilson.

O presidente da entidade sindical informou que essa medida é uma maneira da Abengoa economizar com alguns encargos, além dos valores investidos em transporte e outros, para direcionar na própria  empresa. Com os valores economizados, Gilson explicou que a expectativa é reverter em plantio de cana-de-açúcar, para retomar a produção no próximo ano. Em sua avaliação, a usina dificilmente irá conseguir plantar na totalidade da área, devendo atender cerca de 60% a 70%.

No entanto, ele avalia a medida como positiva, uma vez que os trabalhadores não serão demitidos, continuarão a ter seus vencimentos e ainda terão estabilidade após a retomada da suspensão, que deverá acontecer no final de fevereiro. A Abengoa entrou com pedido de recuperação judicial, que já foi homologado e busca se reestruturar. Para Gilson, o momento é de colaboração para que a empresa se sustente, pois se trata da segunda maior empregadora da cidade, ficando atrás apenas da prefeitura.

Ele ressaltou ainda que o sindicato está à disposição dos trabalhadores para sanar dúvidas e receber reivindicações. “Quanto mais rápido essa situação da Abengoa estiver sanada, melhor para todos”, disse.

Fotos: Arquivo Gazeta

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