Semana violenta

Quando uma sociedade passa a achar corriqueiro o assassinato de vereadores, de jornalistas, de líderes comunitários, é sinal de que está doente. Quando certas pessoas comentam com ironia a morte de uma ativista dos direitos humanos, por preferirem um ou outro líder político é porque a raça humana está falhando.
A semana começou com notícias assombrosas, vindas de pontos distantes de Vargem Grande do Sul, mas que refletem diretamente no município, uma vez que mostra que tipo de comunidade queremos ter, que futuro estamos pavimentando.
A maneira violenta como professores foram agredidos na Câmara de São Paulo, na quarta-feira, quando protestavam contra a reforma da previdência dos servidores municipais da capital do estado, apresenta um governo incapaz de lidar com o contraditório, que costuma aplicar o uso desmedido da força sempre que lhe convém.
Na mesma quarta-feira, mas à noite, a vereadora e ativista dos direitos humanos do Rio de Janeiro, Marielle Franco, foi executada com quatro tiros na cabeça. Seu motorista também foi morto na ação. Marielle denunciava abusos cometidos por alguns policiais militares do Rio, em Acari.
Calar quem protesta, quem grita, quem clama por Justiça é o primeiro passo rumo a um regime de violência, de exceção. Seja de esquerda ou de direita. Ocupar favelas com as forças armadas, limitar o direito de ir e vir da população, a liberdade de expressão não vai resolver o problema. Vai no máximo, colaborar com uma falsa sensação de segurança, que esconde o pavor e alimenta o ódio.
A verdadeira ferramenta de transformação, que diminui a desigualdade, que joga luz sobre a sombra do medo é a educação. Uma educação crítica. O acesso à educação leva ao questionamento, à luta por direitos, à busca por uma melhor saúde, ao voto consciente. Assim, é preciso começar aos poucos. Priorizando sempre a educação, elegendo melhor os vereadores, prefeitos, deputados, governadores e presidentes. Cobrando de cada um seus posicionamentos. E assim, ir evoluindo.
Fatos como o dessa semana, mostram o quanto ainda o avanço é insipiente. Mas não se pode deixar vencer o medo e a violência. É preciso persistir e insistir para um país melhor, mais justo e menos desigual.

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