A Semana Santa tem o seu ponto culminante na celebração da Páscoa, nessa noite vamos saudar-nos, tal como fazem os cristãos em todo o mundo, com estas palavras: “Cristo ressuscitou – ressuscitou verdadeiramente, feliz Páscoa!”
Cristo Ressuscitado é quem nos une e reúne e ao mesmo tempo permanece invisível aos nossos olhos, Ele está misteriosamente presente para cada ser humano, para cada um de nós. Na cruz, Jesus sofreu terrivelmente e morreu como um criminoso. Mas, no fundo desse sofrimento discerne-se uma realidade ainda mais profunda. Vemo-la aparecer no ícone da Cruz: Jesus abre os braços para acolher todos os seres humanos no seu amor. Mesmo com as nossas falhas e a nossa violência interior, somos acolhidos por Ele.
Assim, o sofrimento e a morte de Jesus transformam o nosso sofrimento e a nossa morte. O que há de trágico não é removido, permanecemos desprovidos perante mal. Mas, no profundo do coração brilha uma luz de esperança. A chama pode vacilar, mas não será extinta.
Para alimentar a chama da esperança precisamos uns dos outros. Jesus Cristo nessa Páscoa nos quer unidos e reunidos. E ele quer fazer de nós pessoas apaixonadas pela comunhão, artesãos de amizade entre todos.
A chama de esperança que Cristo ilumina em cada um une todos os batizados. Tornar esta unidade mais visível é a condição para que o fogo do amor de Cristo possa brilhar para todos os que procuram esperança.
Nessa páscoa procuremos descobrir a alegria, não como um sentimento sobrevalorizado nem como uma felicidade individualista que levaria ao isolamento, mas como a certeza pacífica de que a vida tem sentido.
A alegria do Evangelho vem da confiança de que somos amados por Deus. Longe de uma exaltação que foge aos desafios do nosso tempo, torna-nos ainda mais sensíveis ao sofrimento dos outros.
Nessa páscoa procuremos através de contatos pessoais, ajudar os pobres. Não esperemos nada em troca, mas estejamos, no entanto, atentos a receber deles o que eles gostariam de partilhar conosco. Deixemos, assim, que os nossos corações se abram e se alarguem.
Por fim, termino citando o querido amigo Papa Francisco: “O Pastor ressuscitado vai à procura de quem se extraviou nos labirintos da solidão e da marginalização; vai ao seu encontro através de irmãos e irmãs que sabem aproximar-se com respeito e ternura e fazer sentir àquelas pessoas a voz d’Ele, uma voz nunca esquecida, que as chama à amizade com Deus. Assim ressoa, a uma só voz, em todas as partes da terra, o mais belo anúncio: ‘O Senhor ressuscitou verdadeiramente, como havia predito’! Ele, que venceu as trevas do pecado e da morte, conceda paz aos nossos dias”. Feliz e santa Páscoa ao querido povo de Vargem Grande do Sul!
Pe. Luis Fernando da Silva, vargengrandense, trabalha em Brasília na CNBB.