De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é considerada uma doença de sério risco a saúde pública do Brasil. São notificados cerca de 70 mil novos casos todos os anos e desses, estima-se que haja 4,5 mil mortes. Além disso, cerca de 10 milhões de pessoas adoecem por conta da tuberculose em todo o mundo, o que leva mais de um milhão de pessoas à óbito todos os anos.
Vargem
Dados do Departamento Municipal de Saúde apontam que em Vargem Grande do Sul cinco pacientes estão atualmente tratando de tuberculose. Ainda de acordo com a prefeitura, em 2017, foram diagnosticados 7 casos no município. Em 2018, já são 2 novos casos.
“Normalmente quando falamos em tuberculose, a referência é para a forma pulmonar cujo tratamento dura seis meses. Existem outras formas como renal, ganglionar, óssea, etc., que são tratadas com os mesmos comprimidos, por um tempo um pouco maior. Os medicamentos são fornecidos pelo governo federal e nunca ocorreu de faltar essas drogas terapêuticas”, explicou a prefeitura.
O Departamento Municipal de Saúde observou ainda que o município está com números controlados da enfermidade e que ocorre um tratamento contínuo nas unidades de saúde, com o apoio da vigilância epidemiológica.
Transmissão
Segundo o Ministério da Saúde, a tuberculose é transmitida por inalação de aerossóis e também ao falar, espirrar e, principalmente tossir, pois as pessoas com tuberculose ativa lançam partículas em forma de aerossóis que contem bacilos. O principal reservatório da doença é o ser humano, mas outros seres vivos também podem ter a doença como gado bovino, primatas e outros mamíferos.
“A transmissão da tuberculose é plena enquanto o indivíduo estiver eliminando bacilos. Com o início do esquema terapêutico adequado, a transmissão tende a diminuir gradativamente e, em geral, após 15 dias de tratamento chega a níveis insignificantes. No entanto, o ideal é que as medidas de controle de infecção sejam implantadas até que haja a negativação da baciloscopia. Crianças com tuberculose pulmonar geralmente são negativas à baciloscopia”, falou o Ministério da Saúde em seu site.
A prevenção da doença em crianças é feita por meio da vacina BCG (Bacillus Calmette-Guérin), que é distribuída gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Outro tipo de proteção é a identificação da infecção latente (que não está aparente) de tuberculose, que acontece quando um indivíduo convive com alguém que possui tuberculose. Para isso é necessário procurar uma unidade de saúde, pois pessoas que possuem o bacilo recebem tratamento necessário para prevenir o adoecimento.
O tratamento da tuberculose leva no mínimo seis meses, mas é disponibilizada gratuitamente pelo SUS. “No tratamento, é preciso obedecer aos princípios básicos da terapia medicamentosa. A esses princípios, soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose, que consiste na ingestão diária dos medicamentos da tuberculose pelo paciente, sob a observação de um profissional da equipe de saúde. O estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim as chances de abandono sejam reduzidas”, disse.
“Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos”, lembrou o Ministério.
De acordo com a primeira edição do edital Brasil Livre da Tuberculose do Portal de Arquivos do Ministério de Saúde, lançado em 2017, a tuberculose no Brasil diminuiu de 42,7 em 2001 para 34,2 casos por 100 mil em 2014, segundo o Boletim Epidemiológico 2016. Também estima-se que com a estratégia de pôr fim à tuberculose como problema de saúde pública, cerca de 138.440 casos da doença seriam evitados no período de 21 anos, sendo assim, uma média de 6.592 casos por ano.
O número de casos em que a doença levou pacientes à óbito passou de 3,1 em 2001 para 2,1 óbitos por 100 mil habitantes em 2014, segundo o Boletim Epidemiológico 2016. Com a estratégia, estima-se que no período de 21 anos seriam evitados cerca de 7.092 óbitos por tuberculose.