Quem procurar estacionar nas ruas do Centro de Vargem Grande do Sul não vai precisar mais se preocupar em procurar os agentes da Zona Azul. A prefeitura rescindiu amigavelmente o contrato com a empresa prestadora do serviço e a partir desta segunda-feira, dia 9, não haverá mais o estacionamento rotativo na cidade. O Executivo ainda não tem previsão de quando o sistema será retomado.
A edição do Jornal Oficial do Município de 20 de janeiro deste ano trouxe a divulgação da rescisão do contrato. De acordo com o publicado, a prefeitura e a Central Serviços Ltda EPP, responsável pela Zona Azul de Vargem assinaram a rescisão contratual amigável no dia 8 de janeiro, com entrada em vigor em 90 dias, o que deve ocorrer nesta segunda-feira.
Em um comunicado divulgado na quinta-feira, dia 5, em sua página na Internet, a prefeitura se limitou a informar que “a partir desta segunda-feira, dia 9 a cobrança do Estacionamento Rotativo – Zona Azul não estará sendo realizada no centro de Vargem Grande do Sul, devido a rescisão do contrato com a empresa prestadora do serviço”.
Na sessão de Câmara da segunda-feira, dia 2, o vereador Alex Mineli (PRB), que foi um dos que mais discutiu a prestação do serviço na cidade, participando ativamente das cobranças do Executivo com relação às irregularidades apontadas pela Câmara no relatório final de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) criada justamente para fiscalizar a atividade no município, lembrou que apesar da suspensão da Zona Azul, ainda restam pontos a serem esclarecidos.
Alex lembrou que a CEI, que foi presidida por Paulinho da Prefeitura (PSB), com Gabé (PTB) como relator e Fernando Corretor (PRB) como membro, apontou cinco irregularidades com densa fundamentação, como a ausência de parquímetros, atraso no repasse dos valores aos cofres públicos, ilegalidade na aplicação das multas, ilegalidade no decreto que aumentou a tarifa e no aumento do número de vagas. Para o vereador, a rescisão do contrato, embora positiva, não sana todas as irregularidades verificadas e o prejuízo ao município.
Apesar da rescisão, é pouco provável que Vargem Grande do Sul fique sem a cobrança de Zona Azul. A Gazeta questionou a prefeitura sobre os planos para este serviço, se haverá um novo projeto e quando ele deverá ser retomado, mas não recebeu respostas. Ao menos até a execução de um novo processo de licitação e contratação de uma nova empresa, as ruas do centro poderão ficar alguns meses sem o serviço.
Motoristas e comerciantes comentam a suspensão do serviço
Nina Bovo, gerente da Evolução, ponderou que ficar sem o estacionamento rotativo pode dificultar a vida dos motoristas em busca de vagas. Ela acredita que quem trabalha no comércio pode passar a ocupar estes espaços, deixando seus veículos o dia todo nas vagas, o que pode ser negativo, uma vez que os clientes terão dificuldades em parar. “Quando não tinha Zona Azul ou até mesmo quando deu uma mudança e parou, os clientes falavam que não iriam vir porque não tem lugar pra parar, tem que parar lá embaixo e fica muito longe”, comentou.
Crislene Basilio, gerente do Boticário, também acredita que o estacionamento rotativo tem seu lado positivo. “Eu acredito que se não tiver Zona Azul, as vagas vão ser ocupadas por pessoas que trabalham no comércio. Então, os clientes não vão ter onde estacionar”, ponderou. Ela ainda sugeriu que quando o serviço for retomado, que se estude a possibilidade de estender a tolerância para as paradas rápidas ou antes de se autuar um veículo.
“A tolerância deles é 10 minutinhos. É muito rápido. Às vezes você está procurando eles pra comprar o bilhete e não encontra e até que você vai na praça comprar, seu carro já foi multado. Aí são R$ 10,00 e não R$ 1,50 ou R$ 2,50 como seria”. Ela também sugeriu a adoção de parquímetros. “Seria legal como em São João, porque aí você parou, vai ali e coloca meia hora. Pronto”, disse. “Não precisa ficar procurando gente, porque uma das reclamações é essa. Você para, procura, olha pra um lado e pro outro e não acha ninguém”, afirmou.
Já Dariana Maira Contine Dias, uma das motoristas entrevistadas pela Gazeta, defendeu a extinção da Zona Azul na cidade. “Eu particularmente preferiria que não tivesse mais, porque a gente não sabe pra onde vai esse dinheiro, não vemos retorno, não vemos nada”, lamentou. “Quem vem só dar uma voltinha no centro, parou ali, passou de 10 minutos já tem que pagar R$ 10,00 reais, é muita coisa. Tinham que colocar uma tolerância um pouco maior”, avaliou.
Por sua vez, Simone Oliveira de Godoy aprova o estacionamento rotativo. “Você paga um pouco, mas toda vez você acha vaga pra estacionar. Se não tiver a Zona Azul, você tem que ficar rodando, rodando e não acha vaga, então vai piorar o serviço da cidade”, ponderou.