O evento Movimentos do Interior, uma iniciativa que contou com a parceria do Amigos da Cultura e a Associação Cultural e Ambiental de Desenvolvimento Sustentável (Acades), reuniu artistas de Vargem Grande do Sul no último sábado, dia 12 e contou com a presença de poetas, fotógrafos, pintores, cantores e músicos. Este foi o primeiro encontro do ano e os organizadores pretendem repeti-lo a cada três meses.
Os idealizadores do Movimentos do Interior, Tiago Marini e Bete Gabricho, falaram em entrevista à reportagem da Gazeta de Vargem Grande que o intuito do projeto é fazer com que moradores da periferia de Vargem tenham mais voz e acesso aos movimentos culturais da cidade, pois muitos tem dificuldade de locomoção ao centro do município, que é onde ocorre a grande maioria os eventos culturais.
Bete contou que o Movimentos do Interior começou a partir do momento em que Tiago lançou seu livro “Do Interior, o Poeta. No Interior, O Poema” na Biblioteca Municipal Vítor Lima Barreto. A partir do lançamento do livro, Bete começou a ter um maior contato com Tiago e, posteriormente, ele falou sobre a ideia de montar um evento que pudesse reunir artistas locais e dar mais visibilidade a eles.
Os idealizadores falaram que já possuem planos para o segundo Movimentos do Interior do ano, que deverá acontecer em cerca de três meses. Uma das propostas é dar mais espaço para as batalhas de rimas, por exemplo. Bete contou que estão estudando fazer um evento ao ar livre, para que os artistas das batalhas de rima tenham mais liberdade para se expressar da forma que quiserem.
Ainda sobre as novidades do próximo evento, Tiago contou que pretende incluir mais artistas ao Movimento e trazer mais trabalhos artísticos, como o vídeo documentário Relatos: Um Olhar Sobre a Ansiedade, dirigido pela vargengrandense Duda Oliveira e pelo ibitiurense Gabriel Saraiva. O idealizador do projeto também falou sobre as batalhas de rimas e disse que quer fazer um pocket show dos rappers que se apresentaram no primeiro evento, como o DR. Os demais artistas, como poetas e cantores poderão ficar livres para fazer quantas apresentações quiserem, além dos artistas que quiserem expor sua arte, como fotógrafos e pintores.
Tiago falou que o primeiro Movimentos do Interior foi um espaço onde as pessoas puderam ficar livres tanto para assistir as apresentações, quanto para se apresentar. “Acho que isso é muito bom, dar liberdade para as pessoas falarem e também ouvirem e conhecerem diversas culturas, se unirem”, relatou.
Tanto Bete, quanto Tiago afirmaram ter vontade de levar o Movimentos do Interior para as escolas da cidade. “É uma ideia que a gente tem de fazer nas escolas porque as pessoas que moram na periferia acabam não vindo para o centro, tem uma dificuldade de se locomover até o centro, então acho melhor irmos até elas. Estamos pensando em fazer mais um Movimentos do Interior na biblioteca e o terceiro a gente pensou em fazer em uma escola. Pensamos no Achiles Rodrigues, levar o Movimentos do Interior pra lá”, contou Tiago.
Ele também disse que quer trazer mais pessoas para dentro da biblioteca. “Tem o Viagem Literária na biblioteca e todas as pessoas que vêm aqui, os artistas, falam que a biblioteca é muito grande, mas acho que a intenção do Movimentos do Interior é que ela fique pequena, para que as pessoas venham mesmo e o sentimento delas transpasse a biblioteca”, disse Tiago.
Uma das organizadoras, a flautista Maynara Cândido, falou que gostou e se surpreendeu muito com o Movimento. “Foi bastante emocionante, produtivo. Foi uma experiência superbacana ter tocado no evento. É sempre bom desenvolver a prática de tocar sozinha que é uns dos meus maiores desafios. Para o próximo evento pretendo me dedicar novamente, fazer mais apresentações. Para o primeiro movimento foi bastante encantador e fico muito feliz com a realização desse evento”, falou.