Prefeitura inicia ação para diminuir fila de espera de exames e cirurgias

Para zerar fila de espera, prefeito Amarildo Duzi Moraes calcula que seria necessário R$ 1,4 milhão

Centenas de pessoas em Vargem Grande do Sul enfrentam uma fila cruel: a espera pela realização de exames e de cirurgias eletivas. Algumas aguardam há anos uma mamografia. Outras pessoas esperam há muito tempo por uma cirurgia para a vesícula. Para tentar amenizar a demanda, a prefeitura informou que tem aumentado a quantidade de atendimentos. Nessa semana, a Câmara também entrou com uma ajuda, adiantando a devolução do duodécimo, para agilizar os procedimentos (Leia reportagem na página 2).
“Na verdade, a solicitação de parte do duodécimo junto à Câmara Municipal justifica-se pela necessidade de realizar um conjunto de ações que estamos desenvolvendo, visando conseguir agregar recursos (próprios e de emendas parlamentares), para investirmos em exames de imagens e cirurgias eletivas. Os R$ 70 mil liberados pela Câmara são importantíssimos para alcançarmos estes objetivos. Mas para se ter uma noção dos valores necessários para alcançarmos a meta pretendida, os R$ 70 mil seriam suficientes apenas para realizarmos 10% do total de exames de imagem (mamografia, ressonância, endoscopia, e outros 15 tipos) que precisamos para zerarmos as filas dos exames existentes. Isso sem falarmos das cirurgias eletivas, precisaríamos algo em torno de R$ 1,4 milhão para zerarmos os exames e as cirurgias eletivas. Isso sem falarmos dos valores necessários para atendermos a demanda mensal existentes”, explicou o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB).
Com relação aos exames, o Chefe do Executivo ressaltou que nos últimos meses, a prefeitura vem aumentando progressivamente o número deles, pelos menos o suficiente para não deixar aumentar as filas.

Cirurgias

Atualmente, a fila de espera é de cerca de 430 cirurgias eletivas, como as de hérnia, vesícula, pólipo, hemorroida, cirurgias urológicas, fimose, incontinência urinária, cistocele, endometriose, lipomas, etc. “Lembrando que existem pacientes aguardando na fila desde 2014. Fizemos no ano passado, apesar das dificuldades financeiras, cerca de 100 cirurgias eletivas, mesmo assim a fila aumentou. Precisamos acabar ou pelo menos reduzir consideravelmente esta fila, embora as cirurgias eletivas, na sua maioria absoluta, pela visão médica, não sejam caso de emergência, sua realização traz conforto e qualidade de vida aos pacientes”, disse Amarildo.
Neste sentido, o prefeito informou que está reunindo condições para até o final do ano, zerar a maioria destas filas de exames e ainda reduzir consideravelmente a fila das cirurgias eletivas. “Para isso, já fizemos duas reuniões nos últimos dois meses, com Wagner Cipola, provedor do Hospital de Caridade de Vargem Grande do Sul e também com a Superintendente do Hospital Regional de Divinolândia, Rita Zanata, locais onde pretendemos realizar estas cirurgias eletivas”, afirmou o prefeito.
Ele ainda lembrou que o Sistema Único de Saúde possui uma tabela que remunera estes tipos de cirurgia. “O problema é que ela remunera muito mal os médicos e os hospitais, por isso a dificuldade na execução”, avaliou Amarildo.
O prefeito afirmou que a prefeitura vai se empenhar para viabilizar as cirurgias. “Mas também precisamos da colaboração dos profissionais médicos e das instituições envolvidas”, pediu.

Finanças

Amarildo ainda lembrou dos problemas financeiros da prefeitura, explicando que mensalmente são pagos mais de R$ 250 mil de dívida gerada na administração anterior, sendo que apenas de energia elétrica, parcelada em 2016 pela Câmara Municipal, são cerca de R$ 170 mil mensais. “A forma de parcelamento aceita pelos vereadores foi muito injusta com a população, além de ser em apenas 24 e 36 meses, e com juros de 3% ao mês. O parcelamento está ainda consignado ao ICMS, se o município não manter o pagamento em dia, automaticamente o valor da parcela é descontado daquilo que o governo tem que repassar ao município”, avaliou.
De acordo com o prefeito, o pagamento desta divida consignado afeta diretamente os investimentos em saúde, pois o caixa de onde sai o pagamento é o mesmo do investimento em saúde. “A incoerência é que um ou outro vereador, que aprovou este parcelamento em 2016, agora cobra da administração que atenda a todas as demandas da saúde, inclusive aquelas que não eram nem mesmo atendidas nos anos em que a dívida foi gerada. Por exemplo, das 430 cirurgias eletivas pendentes hoje, que podem ser realizadas no município, cerca de 150 são anteriores a 2017. O critério utilizado para realização das mesmas, é a ordem de entrada das solicitações no departamento de saúde, ou seja, estamos realizando os pedidos mais antigos para conseguir atender os atuais, o que fez aumentar a demanda de 2017 e 2018”, explicou.
Amarildo comentou que em dezembro de 2016, antes de assumir o mandato, foi convidado a participar de uma discussão sobre o parcelamento da energia. “Na oportunidade, manifestamos nosso temor em relação à forma de parcelamento pretendida, minha opinião não foi levada em consideração. Hoje, o que pagamos de dívida mensalmente é maior do que pagamos para manter os serviços médicos terceirizados na rede, ou seja, cerca de R$ 200 mil, enquanto as dívidas superam R$ 250 mil mensais. E ainda ouvimos dizer que o pagamento da dívida é desculpa do prefeito”, lamentou.
“Mas com o trabalho iniciado em fevereiro e que vem se intensificando nos últimos dois meses, estamos confiantes que vamos conseguir fazer muitos exames e cirurgias eletivas que vão beneficiar diretamente cerca de 2.500 pacientes, que hoje estão nas filas de espera, isso até o final deste ano”, avaliou.

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