O Programa Mais Médicos, criado pelo Governo Federal em 2013, na gestão de Dilma Rousseff (PT), possibilitou a vinda de muitos profissionais para o Brasil e o aumento da rede de atendimento para municípios onde a presença de um médico era, no mínimo, inconstante.
Deixando de lado o debate ideológico e os trâmites questionáveis que possibilitaram a vinda desses profissionais para o Brasil, é inegável que o Mais Médicos cumpriu um papel fundamental para o acesso e promoção à Saúde de uma parcela enorme da população.
Mesmo em Vargem, um município que apesar de pobre em comparação com muitos da região, apresenta uma situação bastante privilegiada perto de outras cidades do país, o Programa Mais Médicos possibilitou uma constância de atendimento na rede pública que até então não era possível.
Em agosto de 2013, a prefeitura, sob o comando do então prefeito Celso Itaroti (PTB) solicitou oito clínicos para a cidade. Em abril de 2014, os primeiros médicos vindos de Cuba começaram a chegar. O programa seguiu na cidade até esta semana.
O impacto positivo destes médicos no município foi inegável. Tanto que em maio do ano passado, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), em reunião com o então ministro da Saúde, Ricardo Barros, solicitou manter o número de médicos já contratados no Programa Mais Médicos para Vargem e ainda pediu o aumento da equipe em mais cinco profissionais.
Com a decisão do governo cubano em romper o acordo com o Programa, após declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), alguns dos seis médicos cubanos em Vargem já começaram a deixar o município.
O Ministério da Saúde, calculando o impacto terrível que a saída desses médicos irá causar em comunidades onde só atendem profissionais cubanos, abriu um edital para a contratação de médicos para amenizar a situação. Porém, é preciso aguardar para verificar se realmente essas áreas serão atendidas.
Em Vargem, a prefeitura iniciou neste ano um movimento para expandir a oferta de médicos especialistas na rede municipal. Uma ação muito positiva. No entanto, com a saída desses seis médicos cubanos, dos oito profissionais que fazem parte do Mais Médicos na cidade, o município terá que recompor essa equipe da atenção básica. Cabe à população aguardar para ver se o governo Federal irá conseguir contratar estes profissionais para manter o atendimento sem prejuízo aos usuários.