Uma das tradições natalinas mais representativas é a Ceia. Reunir a família e amigos ao redor da mesa e saborear os pratos que foram elaborados com tanto capricho é um dos pontos altos da noite de 24 de dezembro, na maioria das residências de Vargem Grande do Sul.
No entanto, até todos terminarem a sobremesa, a elaboração da ceia envolveu o trabalho de muita gente – ou muito trabalho de uma pessoa só, em alguns casos. Mas, neste período de festas, com o clima natalino, todo o preparo do jantar, desde a escolha do cardápio, passando pelas compras e terminando na decoração dos pratos é cercado de muito amor.
Nesta reportagem especial, a equipe da Gazeta de Vargem Grande buscou receitas que fazem parte do Natal de famílias da cidade e também entrevistou profissionais que dedicam a vida a cozinhar.
A revista Superinteressante, em dezembro de 2017, trouxe uma reportagem dos jornalistas Alexandre Versignassi e Thiago Minami, falando sobre a origem do Natal e da ceia natalina. De acordo com a pesquisa realizada para a matéria, a história do Natal começa, pelo menos 7 mil anos antes do nascimento de Jesus e tem um motivo bem prático: celebrar o solstício de inverno, a noite mais longa do ano, que no hemisfério norte acontece no final de dezembro. Dessa madrugada em diante, o sol fica cada vez mais tempo no céu, até o auge do verão. Num tempo em que o homem passava da caça e iniciava o domínio da agricultura, a volta dos dias mais longos significava a certeza de colheitas no ano seguinte.
Na Mesopotâmia, essa celebração durava 12 dias. Já os gregos cultuavam no solstício Dionísio, o deus do vinho. Os egípcios relembravam a passagem do deus Osíris para o mundo dos mortos. Na China, as homenagens são para o símbolo do yin-yang, a harmonia da natureza. Até povos antigos da Grã-Bretanha comemoravam o solstício em volta de Stonehenge, monumento que começou a ser erguido em 3100 a.C. para marcar a trajetória do Sol ao longo do ano.
A partir do século II, Mitra, deus Persa que representava a Luz ganhou uma celebração exclusiva: o Festival do Sol Invicto. Esse evento passou a encerrar a Saturnália, que durava uma semana e servia para homenagear Saturno, senhor da agricultura. Enquanto eram oferecidos sacrifício a este deus, dentro das casas, todos se felicitavam, comiam e trocavam presentes, conforme o livro “Religiões de Roma”. Nesta época, o cristianismo ainda estava crescendo.
As datas religiosas mais importantes para os primeiros seguidores de Jesus eram a Sexta-Feira Santa e a Páscoa. Além disso, a data em que Cristo veio ao mundo é desconhecida, uma vez que o Novo Testamento não diz nada a respeito. Em 221 d.C., o historiador cristão Sextus Julius Africanus propôs o aniversário de Jesus no dia 25 de dezembro, segundo a reportagem da Superinteressante, aproveitando um período tradicional de celebração no hemisfério Norte. A Igreja aceitou a proposta e, a partir do século 4, quando o cristianismo virou a religião oficial do Império Romano, o Festival do Sol Invicto começou a mudar de homenageado.
“Associado ao deus-sol, Jesus assumiu a forma da luz que traria a salvação para a humanidade”, diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp, na reportagem.