Projeto Guri tem futuro incerto

A jornalista Mônica Bergamo publicou em sua coluna de quinta-feira, dia 28 de março, uma notícia alarmante: a continuidade do Projeto Guri está em risco. O alerta veio da Associação Brasileira das Organizações Sociais de Cultura (Abraosc) após o governador João Doria (PSDB) anunciar o contingenciamento de R$ 148 milhões do orçamento paulista.

De acordo com a entidade, com a medida bibliotecas, centros culturais e museus podem fechar ou reduzir drasticamente suas atividades. Informaram ainda que podem ser encerrados corpos orquestrais, grupos de dança e ao menos 150 polos dos quase 400 do Projeto Guri. Assim, cerca de 60 mil alunos em todo estado ficariam sem a assistência.

Mantido pela Secretaria de Cultura, o Projeto Guri é considerado o maior programa sociocultural do país e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos. O Guri foi considerado a “Melhor ONG de Cultura de 2018” pelo Instituto Doar.

Em Vargem Grande do Sul, o Projeto Guri está desde 2006 atendendo crianças e adolescentes. Atualmente, são 400 alunos. O polo da cidade recebe inclusive jovens com deficiências neurológicas.

O desenvolvimento destes talentos, foi inclusive um dos motivadores da criação da Associação Amigos da Cultura, na cidade, para dar continuidade ao aproveitamento e estudos dos jovens que concluíam o período no Guri.

A medida do governador Doria é a famosa “economia burra”. Tirar recursos de projetos de incentivo cultural é restringir o acesso de crianças e adolescentes a uma formação cidadã, que afasta esses jovens da criminalidade, que incentiva um aprendizado e revela talentos.

Acabar com os polos do Guri, colocar em risco o futuro de corpos de orquestra, grupos de dança e deixar milhares de alunos desassistidos é um atentado contra a cultura. Isso sem mencionar nas centenas de profissionais que atuam nesses projetos. É uma ideia tão ruim quanto a de cobrir o grafite dos muros da capital de cinza.

 

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