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Os carros “populares” voltaram a ser protagonistas do mercado brasileiro em 2019, uma tendência que foi interrompida na forte crise dos últimos anos. Dos dez modelos mais emplacados no acumulado até maio, sete podem ser considerados econômicos, com destaque para o Ônix, da GM, e o HB20, da Hyundai.
O impacto negativo da recessão foi tão forte na indústria automotiva, no período, que derrubou as vendas desses modelos, que historicamente representaram os maiores volumes do mercado no país. Em um cenário que a renda estava escassa e a confiança minguada, sobrou crédito para os endinheirados, e os utilitários esportivos (SUVs) emergiram como uma das saídas das montadoras para reduzir os prejuízos. Marcas conhecidas por seus modelos de alto valor agregado figuraram, em 2016 – auge da crise do setor – no ranking dos dez modelos mais emplacados do ano. Até o sedã médio Corolla, da Toyota, angariou o posto de quinto automóvel mais vendido daquele ano.
Mas com a melhora gradual do cenário nos últimos dois anos no país, o quadro se reverteu. Segundo dados divulgados pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), os emplacamentos de modelos populares/entrada cresceram, no acumulado até maio deste ano, mais de 20% em relação a igual período de 2018 no ranking dos dez mais vendidos.
Ranking
De acordo com a Fenabrave, em 2019, o Ônix (Chevrolet) liderou as vendas seguido por HB20 (Hyundai), Ka (Ford), Prisma (Chevrolet), Kwid (Renault), Gol (Volkswagen), Argo (Fiat), Renegade (Jeep), Polo (Volkswagen) e Compass (Jeep).
O popular de hoje não é o mesmo de dez anos atrás e já vem de fábrica com pacotes que incluem ar condicionado e direção hidráulica. Os modelos se tornaram mais acessíveis e mesmo com a recuperação ainda lenta da economia, há uma demanda reprimida principalmente daqueles que trocaram de automóvel no auge do mercado brasileiro, em meados de 2013.
“O consumo de carro popular é muito sensível à economia. Com a perspectiva de melhora gradual do cenário, os patamares de vendas destes modelos vão se manter cada vez mais firmes”, avalia o diretor da Sell-Out 3 Consultoria Automotiva, Arnaldo Brazil.
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