O empresário vargengrandense Lúcio Bolonha Funaro, que cumpria prisão em regime domiciliar em sua propriedade no Jardim São Joaquim, foi autorizado a progredir para o regime semiaberto, após decisão da tarde do dia 28, do juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal. Funaro é apontado como operador financeiro do MDB e um dos delatores da Lava Jato. Segundo informações do jornal O Globo, Funaro também cumprirá o semiaberto em sua casa. O empresário já foi visto em alguns estabelecimentos da cidade.
Em 2016, ele ficou preso no Complexo da Papuda, em Brasília, quando se tornou delator. Conforme a decisão de Vallisney Oliveira, Funaro cumpriu o período de prisão em regime fechado acordado na colaboração premiada e teve bom comportamento, sendo possível a progressão.
No semiaberto, Funaro tem algumas regras a cumprir. Serão dois anos neste regime, período no qual ele deve se recolher à residência das 22h às 6h nos dias úteis e em período integral aos sábados, domingos e feriados. A cada seis meses, poderá ficar três dias em local diferente, mediante comunicação prévia à Justiça. Funaro também terá que prestar sete horas semanais de serviços à comunidade em local determinado pela 10ª Vara Federal do Distrito Federal. O delator não pode fazer viagens, exceto se for motivo de trabalho, dentro do território nacional e com comunicação prévia à Justiça.
O juiz Vallisney Oliveira ressaltou, na decisão, que Funaro tem “conduta exemplar”. “Além disso, vem desenvolvendo trabalhos manuais na sua própria residência, que caracterizam atos de regeneração e inserção social, dando-lhe direito por lei e pelo acordo a remir a pena”, afirmou. O Ministério Público Federal (MPF) foi favorável à progressão de regime. Funaro cumpria prisão domiciliar em Vargem Grande do Sul desde dezembro de 2017. À Justiça, ele confessou diversos atos de corrupção e aceitou delatar políticos de alto escalão do MDB – entre eles o ex-ministro Geddel Vieira Lima e o ex-deputado Eduardo Cunha – para ter a sua pena amenizada. Dados revelados por ele ajudaram a levar à apreensão de R$ 51 milhões em um apartamento atribuído a Geddel. Suas informações foram também usadas pela Procuradoria-Geral da República para denunciar, pela segunda vez, o presidente Michel Temer. A denúncia, tal como a primeira, foi suspensa pela Câmara dos Deputados. (Fontes: Gazeta de Vargem Grande, O Globo e Uol)