Com reportagem na Folha, Romaria ganha repercussão nacional

No dia 2 de agosto de 1976, a Folha de S.Paulo publicou uma reportagem de página inteira sobre a terceira Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana.

O texto e as fotos ocuparam a última página do caderno Ilustrada, com o título “A fé em nova montagem, numa curiosa festa” e o subtítulo “Vargem Grande do Sul reverencia sua padroeira com grande procissão montada”.

O texto, disponível para consulta no acervo do site do jornal, traz uma grande foto da cerimônia do beija-fitas, além de uma imagem feita do alto sobre o Centro da cidade, um mapa posicionando o município com relação à Capital do Estado e outras duas fotos do evento.

“Cerca de mil cavaleiros invadem as ruas da cidade, numa romaria sem precedentes, em homenagem à Sant’Ana, padroeira da cidade, e São Sebastião. Foi o que aconteceu domingo, dia 25, em Vargem Grande do Sul, a 244 quilômetros da Capital, entre São João da Boa Vista e Poços de Caldas e também a pouca distância de Poços de Caldas, numa região de ricas tradições religiosas. Todos os anos, desde a sua fundação, seus habitantes promovem festividades em homenagem à santa padroeira, mas há dois anos decidiram transformar as manifestações numa aparatosa demonstração de fé”, trazia o início da reportagem de Nelson Maenaka.

A matéria ainda disse que a prefeitura havia no ano anterior elevado a Romaria ao nível de atração turística e apesar de não haver inscrições, nem estatísticas oficiais, era visível que o número de participantes crescia a cada edição. Também relatou que além de turistas que chegavam ao município para assistir ao cortejo, muitos cavaleiros chegavam de cidades como Porto Ferreira, Santa Cruz das Palmeiras, Casa Branca, São João da Boa Vista, São Sebastião da Grama, Divinolândia, Itobi, Aguaí, Santo Antônio do Jardim entre outras.

Rubão

“Rubens Claro Ribeiro é o veterano das Romarias. Por isso, há algum tempo deram-lhe a função de organizador do desfile, tarefa que cumpre com desvelo e orgulho. Poucos o conhecem pelo nome, mas se alguém perguntar pelo ‘Rubão’, todos saberão de quem se trata. ‘Rubão’ põe as montarias e seus respectivos cavaleiros em fila indiana, de cada lado da rua e distribui funções de subchefia, pois não é possível fiscalizar sozinho tão grande soma de cavalo e cavaleiros. João Bovo Marçal e Artur Menegildo desempenham também importantes papéis na organização e fiscalização do desfile, que os romeiros preferem chamar de procissão montada”, comentou o jornalista.

Democrático

A reportagem ainda afirma que o festejo é bastante democrático, reunindo cavaleiros de todas  classes sociais e das mais variadas profissões, além de homens, mulheres, crianças, idosos. “Gente rica e gente pobre. O importante é ter ou tomar emprestado um cavalo e ir à praça Santo Antônio, achar um lugarzinho e aguardar o início da procissão montada”, afirmou.

O texto relata que no ponto de partida – na época, a Igreja de Santo Antônio – monsenhor Antônio Davi, com o padre Décio Ravagnani e o monsenhor Celestino Garcia, lideravam a religiosidade do evento, ressaltando o principal sentido da romaria.

Beija-fitas

“A curiosa cerimônia de bênçãos é o ponto alto da procissão montada. Na praça fronteiriça à Matriz de Sant’Ana há um grande cruzeiro, onde numerosas fitas coloridas, bentas, esvoaçavam alegremente. Cada cavaleiro passa, montado, estende o braço, apanha a extremidade da fita e a leva aos lábios, saindo rapidamente para dar lugar ao companheiro que vem atrás. As extensas filas de cavaleiros parecem não terminar nunca, mas nem o sol forte da tarde, nem a falta de almoço fazem a população arredar o pé da praça. São milhares de pessoas que querem ver, prestigiar e apoiar os romeiros”, explicou o jornalista ao resto do Brasil em sua reportagem.

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