O empresário vargengrandense Lúcio Bolonha Funaro afirmou, na quarta-feira, dia 28, que foram irregulares praticamente todas as operações do grupo JBS, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, com instituições financeiras oficiais. Ele prestou depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“A maior parte das operações feitas pelo BNDES ou a Caixa junto ao grupo JBS possuía ilícitos. Eu não só falei aqui hoje nessa comissão como eu já falei em outros órgãos de investigação”, comentou Funaro, de acordo com reportagem publicada pela Câmara dos Deputados.
As operações envolveram bilhões de reais, afirmou o empresário à CPI que investiga possíveis irregularidades no BNDES no período de 2003 a 2015, durante os governos petistas. Funaro fez delação premiada na Operação Lava Jato, foi preso e agora está cumprindo pena no regime semi-aberto, em sua casa, no Jardim São Joaquim, em Vargem Grande do Sul.
Além dos ilícitos com recursos públicos, segundo Funaro, os irmãos Batista contribuíram para destruir pequenos frigoríficos e produtores de gado.
A CPI tentou ouvir os irmãos Batista, mas não conseguiu devido a habeas corpus, concedido pelo Supremo Tribunal Federal, desobrigando-os de comparecer. Lúcio Funaro chegou a se oferecer para fazer uma acareação com Joesley Batista.
Financiamentos
Uma reportagem da Jovem Pan trouxe que em seu depoimento, Funaro afirmou que recursos privados e verbas do BNDES se misturavam no caixa das empresas e que poderiam ter financiado campanhas. “Quando uma empresa possui um caixa único, como é o caso do grupo J&F ou do grupo Bertin, é difícil você separar o dinheiro que veio do BNDES do que está no caixa. Mas obviamente, se eles fizeram doações políticas através de caixa 2, eles se utilizaram de pelo menos um percentual desses recursos que eram públicos”, afirmou.