Uma cirurgia eletiva é um procedimento necessário, mas não urgente. Ou seja, apesar de não ser uma operação de urgência, ela vai influenciar diretamente na qualidade de vida do paciente. E caso demore a ser feita, o que era algo de tratamento mais tranquilo pode virar uma urgência.
Em Vargem Grande do Sul, 300 pacientes aguardam em uma fila para terem seus procedimentos cirúrgicos realizados pelo Sistema Único de Saúde (SUS). São pessoas que há tempos esperam para suas cirurgias de hérnia, catarata, urológicas, entre outras.
Acertadamente, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) irá contratar esses procedimentos para que esses vargengrandenses não padeçam por mais tempo. No entanto, esse recurso precisa vir de algum lugar e o Executivo achou por bem abrir mão da realização do Carnaval de rua este ano para investir nessas cirurgias.
Outro ponto polêmico é o local onde as cirurgias serão realizadas. Sem entrar em acordo com o Hospital de Caridade, a prefeitura vai contratar os procedimentos nos hospitais de Caconde e Divinolândia. Não é o ideal, mas é um jeito para atender a demanda.
Por fim, há quem diga que essa medida é eleitoreira. No entanto, não é a primeira vez que a prefeitura recorre a este expediente para a realização de mutirões de cirurgia. Isso já foi realizado em 2019 e em 2018.
Aliás, em 2018, houve participação do Legislativo, que adiantou a devolução do duodécimo da Câmara para que a prefeitura pudesse contratar as cirurgias.
Sem Carnaval, sem acordo com o Hospital de Caridade, mas com a contratação de cerca de 300 cirurgias, no final, o melhor foi feito visando o coletivo. No entanto, com a defasagem da tabela de repasses do SUS e a demora de um sistema gigantesco como este em atender os casos que vão chegando, muito provavelmente outra ação semelhante será necessária em pouco tempo.