Perigo na serra

Em novembro de 2019, a Gazeta de Vargem Grande trazia como manchete a união das prefeituras de Vargem Grande do Sul e São João da Boa Vista pela duplicação da SP-344. Meses depois, em fevereiro deste ano, o vice-governador Rodrigo Garcia (PSD), anunciou que a melhoria na rodovia estava prevista nos planos do governo.
Como a rodovia é administrada pela concessionária Renovias, que tem contrato até junho de 2022, ou a duplicação entraria no edital de uma relicitação ou poderia ser incluída no contrato de uma possível renovação – caminho que tem agradado mais o governador João Doria (PSDB).
Porém, nas últimas semanas, a rodovia SP-215, que vai de Caconde até Dourado, bem no centro do Estado de São Paulo, tem gerado mais preocupação. O trecho de cerca de 22 quilômetros entre o distrito de São Roque da Fartura a Vargem Grande do Sul, onde ela recebe o nome de Rodovia João Batista de Souza Andrade, é bastante conhecido pelos viajantes que por ali passam, tanto pela beleza da paisagem, quanto pelo perigo das curvas.
Especialmente para quem segue no sentido São Roque a Vargem, a descida da serra exige atenção, bons freios e muita cautela. Um levantamento realizado pela Gazeta de Vargem aponta que de 2015 a 2019, um total de 13 pessoas perderam a vida neste trecho. Neste ano, já se contabiliza um morte e outra fatalidade na mesma rodovia, mas já na altura do marco divisório entre São Paulo e Minas Gerais.
No km 21, onde no dia 1º de junho um motorista que conduzia um caminhão carregado com cabeças de gado morreu após o veículo tombar, é o mesmo ponto onde no dia 18 de maio, um ônibus que transportava jovens que iriam participar de uma festa perto de São Carlos tombou, matando três pessoas. Neste mesmo local, foi registrado outro acidente fatal, no dia 5 de maio de 2015.
Outro trecho muito perigoso é o da altura do km 16. Neste pedaço da rodovia, constantemente há acúmulo de água e muitos veículos já aquaplanaram. Foi exatamente neste local, em um dia de chuva, em janeiro de 2019, onde um acidente terrível destruiu dois caminhões, causando a morte de três pessoas. Em agosto do mesmo ano, dois veículos colidiram após um deles aquaplanar em uma poça que se formou neste mesmo local. Felizmente, dessa vez não houve feridos.
De janeiro de 2019 a abril de 2020, o Infosiga – programa do governo do Estado que contabiliza e mapeia acidentes em rodovias, além de identificar vítimas – registrou 34 acidentes sem fatalidades no trecho. São muitos os pontos perigosos e apesar de uma reforma recente, que praticamente reconstruiu vários quilômetros da rodovia, a pista continua sendo muito perigosa.
Como a rodovia é de responsabilidade do Departamento de Estradas de rodagem (DER), caberia à prefeitura e aos políticos vargengrandenses buscar junto ao governo, medidas para intensificar a segurança neste trecho, com o mesmo empenho que foram atrás da duplicação da SP-344.

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