Na Irlanda, publicitário de Vargem comenta como está a reabertura da quarentena

Desde o início da pandemia da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, a Gazeta de Vargem Grande tem publicado depoimentos de vargengrandenses que moram em outros países, com o objetivo de mostrar como cada nação tem enfrentado o problema. Nesta semana, o relato é do publicitário Paulo Otávio de Medeiros, que há seis meses mora na Irlanda, país que até a quarta-feira, dia 17, registrava o total de 25.531 pessoas contaminadas pela doença e 1.710 mortos.

À Gazeta, Otávio contou que quando chegou à Irlanda, logo no início do ano, o clima estava normal. “Nada se comentava sobre o vírus ou as consequências. Aqui na Irlanda os meios de comunicação são estatais, então é muito difícil disseminar qualquer informação que o governo não queira que a população se preocupe”, relatou.

Porém, a situação começou a se tornar mais complicada meses depois. “As coisas se mostraram mais graves no final do mês de março, quando as escolas e vários outros pontos comerciais e públicos receberam a indicação do governo para fecharem por um tempo. De imediato, o primeiro ministro Leo Varadkar anunciou que seria apenas por um período para tentar desacelerar a disseminação do vírus. Assim que finalizou o primeiro período anunciado, o Leo aumentou o tempo, e assim foi sucessivamente até os dias atuais”, contou.

“A quarentena, ou Lokcdown como chamamos aqui iniciou na última sexta feira do mês de março e se estende até os dias de hoje, com algumas restrições ainda em vigor”, explicou o publicitário. “Atualmente, as pessoas que estão afastadas dos seus empregos por estarem fora de atividades, recebem um auxilio semanal do governo de 350 euros. As mesmas precisam seguir algumas restrições do lockdown como por exemplo não ir mais de 2 quilômetros de distancia de suas casas, evitar andar e se aglomerar em parques públicos”, disse.

Reabertura

“Há algumas semanas atrás, foi anunciado pelo governador que não houve nenhuma morte naquela semana por Covid-19, e que então isso seria o começo de um fim para o lockdown. O mesmo anunciou cincos fases de reabertura gradativa do país, começando por comércios essenciais, passando por viagens entre o país e até chegar na última fase reabrindo as fronteiras e as escolas. Atualmente, devido toda a cooperação da população em seguir as regras, já estamos na fase 2, preparados para a fase 3. Conforme tudo ocorra como o esperado, até setembro de 2020 tudo pode se normalizar. Vale ressaltar que o governo ainda assim auxilia toda a população com uma quantia semanal para aqueles que ainda assim estão sem renda”, explicou Otávio.

Rotina

“Eu particularmente continuei meu cotidiano quase que sem muitas alterações. Trabalho em uma empresa de logística que processa pedidos de uma loja de grande porte online, um setor que teve um “boom” e até altas demandas. No meu tempo vago, apenas descanso em casa e passeio em algum parque próximo de casa, seguindo sempre as regras do lockdown”, comentou.

“A Irlanda é um país bem receptivo, cheio de pubs e aglomerações, com toda a certeza, todos que estão aqui e residentes, sentimos muita falta de socializar com amigos em um pub bem lotado. Tem também a falta de fazer uma viagem para um país vizinho, conhecer um lugar diferente, aqui é muito fácil viajar e barato”.

Família

“Converso com minha família via internet todos os dias, os mantenho informados da situação atual e os alerto para a real situação do mundo. O vírus é fatal e muitas pessoas morreram e ainda morrem. Toda cautela é essencial para nos manter seguros e saudáveis. Me preocupo demais com eles, sabendo que o Brasil não tomou muitas atitudes a respeito”, lamentou.

Otávio ainda comentou sobre o temor de uma crise econômica. “Na verdade, o Brasil é o que mais me preocupa. Não sei exatamente se nossos governantes serão complacentes e sensatos pós Covid-19. Acredito que não podemos perder a fé e sempre apoiar uns aos outros, só assim sairemos ilesos: estando juntos”, disse.

”Espero que tudo se acalme logo, que as pessoas continuem a se importar com o vírus até que saia uma vacina e se mantenham o mais seguras possível”, afirmou.

 

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