A felicidade de poder presenciar a edição 2000 da “nossa Gazeta”, que é como gosto de chamar o jornal que se integrou ao nosso cotidiano é imensa, traz recordações, ensinamentos e certezas!
A alegria é a mesma de quem acompanha o crescimento de um irmão, as dificuldades, esforços, companheiros que vão e vem, mas, enfim, o sucesso.
Isso mesmo. Presenciei o amor, carinho e a dedicação do Tadeu, Fátima, Seu Abel, Dona Glória, Maria! Das escritas levadas para serem impressas, a gráfica própria. Ah, a linotipo do Souza, Carlinhos, o Buteco, Lúcia, os irmãos Ricardo e Ronaldo, os ensinamentos do Eduardo Eron, Renato e Lígia de Freitas, Benedito Bedin, tantos e tantos…
Da Lígia e das irmãs Helena, Sara e Fernanda, hoje todas mulheres bem formadas e independentes vi o nascimento.
Os contratempos, como em grande parte da vida, também se faziam presentes: a máquina quebrava, o jornal atrasava, anunciantes iam e viam, mas tudo prosseguia.
Jornais também tradicionais e até com mais suporte, inclusive financeiro abriram e fecharam na região, mas a “nossa Gazeta” se manteve em pé. Logo em frente, digo a razão a que credito esta sobrevivência.
Dizem que quando a vivência é boa, a gente nunca se esquece, daí as recordações.
Constantemente sou surpreendido em narrações que envolvem a Gazeta! Muitas vezes sou advertido pelas minhas queridas filhas com um “De novo pai, você já me contou isto”. Não enrolo e replico de pronto: “Coisas boas nunca podem parar de serem contadas e eu nunca vou me esquecer”.
Das noites dobrando jornal, caminhadas pela cidade para as entregas no sábado, contatos com o pessoal do esporte, da política, da Justiça, não faltou nada.
Dos colegas, até hoje mantidos. Da vizinha de serviço, que se transformou em namorada e grande amor, mãe das minhas filhas, também teve a participação da “nossa Gazeta”.
A par disso tudo, a importância para nossa cidade e seu crescimento. O papel do jornal, das suas notícias, coberturas e opiniões fazem parte de nossa história. Quantos fatos, acontecimentos, tudo narrado, documentado, escancarado. Não imagino a falta desse legado e acredito que ninguém em sã consciência pode imaginar essa situação.
A liberdade da imprensa é garantia elevada à ordem constitucional e representa salvaguarda para a sociedade. Pode ter quem não goste, quem reclame, questione, mas faz parte. O direito de expressão é necessário e tenho certeza que os ensinamentos advindos foram imprescindíveis e não podem nunca deixar de serem transmitidos.
Poderia esmiuçar contos, situações, mas o momento não é oportuno, pois muitos necessitam utilizar este valioso espaço para igualmente transmitir suas opiniões. Quem sabe futuramente.
Já estava esquecendo: a maior certeza que tenho é que para “nossa Gazeta” ter chegado até aqui pode até ter faltado alguma coisa, mas respeito e amor jamais.
Quem venham mais 2.000 edições.
por Rodrigo Felipe