Numa quarta-feira, dia 26 de fevereiro, o Brasil confirmava o primeiro caso de COVID-19. Passados agora pouco mais de 4 meses, é comum termos a impressão de que não mais estamos conseguindo acompanhar tudo o que está acontecendo a nossa volta. O cotidiano como existia antes já não existe mais e a notícia da vez, que durava pouco tempo nas nossas conversas, agora não tem prazo para acabar. O coronavírus mudou o modo como vivemos.
O isolamento social – nossa principal arma para impedir o contágio desenfreado –, o caos nos sistemas de saúde e um número ainda maior de mortos cobra um preço que vai além da economia. Me refiro à nossa saúde mental. Esta expressão, saúde mental, ganha uma nova relevância neste momento, tanto que alguns especialistas em traumas dizem que estamos vivendo o maior experimento psicológico da história. E o motivo para isso é simples: não se sabe como as pessoas irão reagir.
O certo se torna incerto diante esta novidade imposta sobre nós. E a crise, que é social, pode virar uma crise pessoal. Duas reações comuns que as pessoas podem ter são: o pânico, que nos paralisa e não ajuda em nada, e a negação, uma tentativa de não admitir a nova realidade em que nos encontramos. Ambas as respostas colocam em risco nossa saúde física e mental. Outros sinais de que algo está errado também podem aparecer como, por exemplo, ansiedade, problemas para dormir, angústia, incapacidade para se organizar, irritabilidade excessiva e abuso de substâncias psicotrópicas, como o álcool.
O cuidado com a saúde mental faz parte do cuidado da saúde como um todo, afinal, não estar bem emocionalmente também deixa ‘’para baixo’’ nossas defesas imunológicas contra o vírus.
Aqui vão algumas dicas para a sua saúde mental: controle o fluxo de informações que você recebe; tente manter uma rotina mínima; não suma dos seus círculos sociais, a tecnologia nos permite contato seguro; e, por fim, se precisar, busque ajuda profissional.
por Guilherme Mareca de Oliveira, psicólogo, CRP: 06/162585