Prestes a completar noventa anos em setembro próximo, o agricultor João Batista Machado do Amaral é um exemplo do amor à terra, às tradições da lida com a lavoura, com o gado e também como homem abnegado e uma liderança no setor. Presidente do Sindicato Rural Patronal de Vargem Grande do Sul, cargo que ocupa há mais de 30 anos, modestamente acredita que já cumpriu seu papel junto à entidade e pede às novas lideranças rurais do município que ocupem seus espaços neste importante segmento da economia local.
Neste dia 28 de julho, data em que se comemora o Dia do Agricultor, a Gazeta de Vargem Grande entrevistou o produtor rural em uma de suas propriedades, a Fazenda Bela Vista, localizada próxima à estrada que liga Vargem a São Roque da Fartura, local onde nasceu, criou sua família e de onde nunca saiu neste quase um século de vida.
Localizada nos contrafortes da Serra da Mantiqueira, a fazenda faz jus ao nome, tendo uma linda vista dos arredores e dos muitos montes que a circundam. Na entrevista, também estava presente a psicóloga Leda Siqueira do Amaral, com quem o senhor João Batista é casado. O casal tem quatro filhos e nove netos.
A fazenda foi herdada dos pais João Batista do Amaral, mais conhecido como Janjão e de dona Áurea (Dona Quita). Na época, a grande produção era a lavoura de café, mas a propriedade também se tornou conhecida pela produção leiteira, com sr. João à frente e participando de várias exposições e leilões de gado, visando a aprimoração do rebanho e incentivar o setor no município e região.
Os filhos João, Gustavo, Marcos e José Flávio a exemplo do pai, também se dedicam à agropecuária nas fazendas da família, sendo que hoje a maior atividade ainda é com o gado leiteiro e também o de corte, além da criação de cavalos da raça manga-larga marchador e da produção de café e da cana-de-açúcar, que é destinada à usina Abengoa.
Muito lúcido e atuante, quase todos os dias vem dirigindo à cidade, onde faz seus afazeres e também despacha no Sindicato. Na entrevista, ele nos conta como foi sua participação no Sindicato Rural Patronal.
Corria o ano de 1990 e o sindicato era conduzido pelo produtor rural José Ribeiro de Andrade, o conhecido Zécão, que o convidou para assumir por três anos, a presidência da entidade que congregava os produtores do município.
“Aceitei, porque achei que devia fazer algo por Vargem Grande do Sul, cidade onde nasci e também pela classe dos produtores rurais”, afirmou. Sobre sua longeva presidência, mais de trinta anos conduzindo a entidade, disse que um dos motivos de estar ainda no comando do sindicato é a aceitação dos sócios em todos estes anos. Ressalta que o trabalho realizado só é possível graças à dedicação das duas funcionárias, Maria Isabel Miranda Zamora e Luciana Ferreira Costa, que acompanham a diretoria até hoje.
Sobre as atividades do sindicato, explica que nos anos anteriores havia uma participação maior, principalmente com as exposições e leilões de gado leiteiro. “Foram vinte e seis ao longo destes anos todos, com o sindicato incentivando e contribuindo para a aprimoração da bacia leiteira de Vargem”, falou.