Familiares e amigos se despediram de Washington Novaes

O corpo do jornalista Washington Novaes foi velado na Biblioteca Municipal Victor Lima Barreto. Foto: Gazeta de Vargem Grande

Temos de mudar os nossos comportamentos. Entender que a conservação da biodiversidade não é um tema distante. Dela depende a qualidade de vida de todas as pessoas”.

Washington Novaes (1934-2020)

Na tarde da quarta-feira, dia 26, o corpo do jornalista Washington Luís Rodrigues Novaes, 86 anos, foi sepultado no Cemitério da Saudade, de Vargem Grande do Sul. Referência nacional em jornalismo e um dos primeiros a defender a causa do meio ambiente e indígena, Washington Novaes faleceu no final da noite de 24 de agosto, em Aparecida de Goiania (GO), onde vivia.

Em março desse ano, Washington Novaes teve diagnosticado um tumor no intestino. No dia 20, passou por uma cirurgia e foi internado em Unidade de Terapia Intensiva. No domingo, dia 23, seu quadro se agravou devido a uma infecção decorrente da cirurgia e a um problema no fígado. Ele acabou falecendo na noite de 24 de agosto.

Washington nasceu em Vargem no dia 3 de junho de 1934, filho do professor Henrique de Brito Novaes, que também foi vereador e presidente da Câmara Municipal, e da modista Arlinda Novaes. Era irmão de Regina Maura, Luiz Henrique, a conhecida professora Sílvia Aparecida Novaes Filipini e Paulo Roberto. Ele deixa a esposa Virgínia e os filhos Pedro, João, Marcelo e Guilherme.

Seu corpo foi seputaltado no Cemitério da Saudade.

Carreira

Washington Novaes foi editor do Globo Repórter e do Jornal Nacional. Também atuou na TV Manchete, Rede Bandeirantes, TV Gazeta, TV Cultura e outras. Na imprensa escrita, trabalhou na Veja, Folha de S. Paulo, Última Hora, Correio da Manhã, Gazeta Mercantil e era recentemente colunista do Estado de S. Paulo.

Washington era filho do professor e ex-vereador Henrique de Brito Novaes e da modista Arlinda Rodrigues Novaes. Foto: TV Cultura

Foi um dos primeiros jornalistas a abordar temas como meio ambiente e a causa indígena, já na década de 1970, produzindo livros, reportagens especiais e documentários sobre estes temas. Trabalho que renderam prêmios nacionais e internacionais, como o Prêmio Esso de Jornalismo, Especial de Ecologia e Meio Ambiente, pela série de artigos sobre a Eco-92; Prêmio Embratel (2003), pelo documentário “A Década da Aflição”, produzido para a TV Cultura de São Paulo; Prêmio Professor Azevedo Netto (2004), conferido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental.

Entre os prêmios internacionais estão a Medalha de prata no Festival de Cinema e TV de Nova Iorque (1982), pela direção do documentário “Amazonas, a pátria da água”; Medalha de ouro no Festival Internacional de TV de Seul, Coréia do Sul (1985), pela série “Xingu – A Terra Mágica”, que também lhe rendeu a medalha de ouro no Festival de Cinema e TV de Havana; Sala especial na Bienal de Veneza (1986) para a série “Xingu – A Terra Ameaçada”; Prêmio Internacional de Jornalismo Rei de Espanha (1990), pela série de artigos “A Amazônia e o futuro da Humanidade”; Melhor Filme na categoria “Educação Ambiental” no VIII Festival Internacional de Cinema e Vídeo de Ambiente, na cidade de Seia, Portugal, com o documentário “Primeiro Mundo é Aqui” (2002) e Prêmio Unesco de Meio Ambiente (2004).

Homenagens

Profissionais da comunicação, políticos e personalidades nacionais lamentaram a morte do jornalista, como os jornalistas Mônica Waldvogel, Eliane Catanhêde, André Trigueiro, entre outros, o escritor Leonardo Boff, políticos, como o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, o presidente da Assembleia dos Deputados de Goiás, Lissauer Vieira, o deputado federal Rodrigo Agostinho, a ex-senadora Marina da Silva, o presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (CMADS) da Câmara, Rodrigo Agostinho, entre outros.

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