Um tema ainda muito complexo de ser tratado, o suicídio é a causa de 12 mil mortes todos os anos no Brasil e de um milhão de pessoas em todo mundo. É um assunto muito denso, que exige um exercício de empatia muito grande, especialmente nos dias de hoje, em que é tão fácil minimizar e relativizar a dor alheia, classificando o que faz o outro sofrer de “mi mi mi”.
Mas é preciso falar sobre isso. É preciso expor que pensamentos suicidas não significam que a pessoa “quer aparecer”. Significam que a pessoa precisa desesperadamente de ajuda. E é preciso que todos ao redor dela estejam atentos para identificar sinais e não minimizá-los.
A Associação Brasileira de Psiquiatria (APB), em conjunto com o Conselho Federal de Medicina (CFM), explicam alguns mitos com relação ao suicídio. Por exemplo, o suicídio não é uma decisão individual, já que cada um tem pelo direito a exercitar seu livre arbítrio. Na verdade, os suicidas estão passando quase invariavelmente por uma doença mental, uma depressão por exemplo, que altera de forma radical a sua percepção da realidade, interferindo justamente no livre arbítrio. Assim, o tratamento dessa doença é uma prevenção muito importante.
Outro mito é o que diz que a pessoa que ameaça se matar não chega a tanto, quer apenas chamar atenção. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, a maioria dos suicidas fala ou dá sinais sobre suas ideias de morte. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, boa parte dos suicidas expressou em dias ou semanas anteriores seu desejo de se matar.
Uma medida muito importante como prevenção é falar. De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, falar com alguém sobre o assunto pode aliviar a angústia e a tensão que esses pensamentos trazem.
Ainda é possível adotar medidas preventivas, como aumentar contato com familiares e amigos, se envolver em atividades religiosas ou espirituais, iniciar atividades prazerosas ou que tenham significado, reduzir ou evitar o uso de álcool e outras drogas. Além disso, é muito importante buscar ajuda especializada. Uma doença como depressão tem tratamento adequado, que pode melhorar muito a qualidade de vida da pessoa.
Abordar o suicídio como um problema de saúde pública e não como falta de fé, falta de coragem ou qualquer outro esteriótipo ou preconceito é um grande passo para seu enfrentamento.