Desde o início do mês, o movimento Novembro Azul realiza ações no Brasil sobre a prevenção do câncer de próstata, com o objetivo de chamar a atenção do homem para o cuidado com a sua saúde. Procurado pela Gazeta de Vargem Grande, o médico urologista de Vargem Grande do Sul, Paulo Vidale, falou sobre o movimento.
Segundo ele, o maior desafio sobre a saúde do homem é do próprio homem e do esforço de seus familiares a convencê-lo a se cuidar. “Quando se fala em saúde do homem temos de pensar o homem como um todo. Não só em doenças da próstata, mas também em seu estado orgânico e emocional”, disse.
Ele pontuou que há vários fatores que fazem a diferença na saúde positiva do homem. “Envolve se ele cuida de sua pressão arterial, coração, em matéria uma alimentação saudável, dormir adequadamente, exercitar-se de forma rotineira, não se alcoolizar, o fumo é de extremo prejuízo à saúde, são vários fatores”, comentou.
O urologista comentou que não tem dúvidas que a propagação do movimento Novembro Azul é fator primordial para que o homem acorde para o seu bem estar. “Novembro Azul é uma onda do bem e, porque não dizer, do bem estar masculino”, comentou.
Questionado se a pandemia, de alguma maneira, contribuiu para afastar ainda mais os homens dos cuidados com a saúde e das consultas, o médico informou que, quanto ao efeito da pandemia, houve sim uma queda de procura ao médico de maneira geral. “A própria ciência foi pega de surpresa e estava despreparada para tal, imagine a população em geral. Houve uma queda drástica por medo acentuado de se pegar uma doença que podia matar”, falou.
Segundo ele, isso foi se modificando desde o início da pandemia. “Parece que a vida deverá voltar à normalidade em doses homeopáticas. Aos pouquinhos, acredito. Hoje parece estar voltando ao normal os atendimentos, como homens procurando ajuda”, comentou.
O médico comentou, ainda, sobre as doenças da próstata, sendo a hipertrofia, prostatites e câncer. Conforme expôs, estudos mostram que 33% nos maiores de 50 anos terão hipertrofia da próstata, enquanto aproximadamente 47 a 50 % acontecerão nos acima de 60 anos, consequência das dificuldades progressivas para urinar com piora da qualidade de vida.
O câncer da próstata, segundo informou Paulo, irá atingir 16% da população masculina, sendo um homem em cada sete, com todas as implicações negativas. Ele alertou que o último censo do IBGE, há mais de 14 milhões de homens com mais de 50 anos. Além disso, 8,5 milhões vão ter crescimento benigno da próstata, enquanto acima de 2 milhões têm ou irão desenvolver o câncer da próstata se acompanhados até o final da vida.
O urologista pontuou que outra doença significativa é a prostatite. Conforme explicou, ela atinge de 1 a 2% dos homens. Já os distúrbios da bexiga, de acordo com o médico, acometem de 10 a 15% dos homens mais velhos e os quadros de disfunção sexual, 45%. Paulo comentou que outros 50% dos homens tem em deficiência de hormônios masculinos, o hipogonadismo, que é a Síndrome Metabólica, que acomete, principalmente, homens acima de 60 anos de idade.
Prefeitura fará conscientização
A prefeitura de Vargem Grande do Sul informou que neste Novembro Azul, a conscientização da prevenção do câncer de próstata aumenta nas unidades básicas. Os profissionais orientam os homens acima de 40 anos a agendar uma consulta médica para solicitar exames de rotina e, se necessário for, encaminham o paciente a especialidade de urologista para acompanhamento.
Na última semana do mês, haverá ações especificas, incluindo a abertura de unidades em algum sábado, com ações que estão sendo discutidas e definidas pela gestão da saúde e a equipe multidisciplinar.
A prefeitura alertou que o paciente que apresentar algum sintoma pode procurar o posto de saúde do bairro. Os sintomas são micção frequente, ou seja, urinar muito, fluxo urinário fraco ou interrompido, vontade de urinar frequentemente à noite, sangue na urina ou no sêmen, disfunção erétil, dor no quadril, costas, coxas, ombros ou outros ossos se a doença se disseminou e fraqueza ou dormência nas pernas ou pés.
Caso necessário ele será encaminhado ao Centro de Especialidades Médicas (CEM), bem como o Ambulatório Médico de Especialidade (AME) de São João. Se o paciente já estiver com diagnóstico do câncer, ele é encaminhado para referências oncológicas, que estão nas cidades de São João, Jaú e Barretos.