Amarildo: combate à Covid-19, água, saúde e geração de emprego são prioridades

A editora da Gazeta, Lígia de Paiva Ligabue, entrevistou Amarildo na quinta-feira, dia 19. Foto: Divulgação

O prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), reeleito com 65% dos votos válidos, conversou com a reportagem da Gazeta de Vargem Grande na última quinta-feira. Na entrevista, falou sobre a atuação do município no combate à Covid-19, a necessidade de se manter as medidas de prevenção à doença, os investimentos que planeja fazer, entre outros. Analisou ainda o resultado das urnas, a queda de votos que seu partido, o PSDB teve nesta eleição, falou sobre como vê o relacionamento com o futuro Legislativo e a participação do vice- prefeito eleito, Celso Ribeiro (Podemos) na administração. Sobre a expectativa de que poderá se lançar candidato a deputado, Amarildo afirmou: “Fui eleito para quatro anos e pretendo cumprir meu mandato”.

Resultado na urna
Ao avaliar o resultado final das urnas, Amarildo contou que desde o início dessa sua segunda passagem pela prefeitura, em 2017, realiza a cada seis meses uma pesquisa de opinião dos moradores, custeada com recursos próprios, que faz uma avaliação da administração e onde a população relata quais os pontos que a gestão precisa melhorar. “Nós nunca tivemos uma avaliação da administração inferior a 72%”. “Tanto que na pandemia essa aprovação chegou a 84%”, disse.
Foi feita ainda no período eleitoral pesquisas internas de intenção de voto, para análise do próprio partido e apoiadores, e esse percentual que foi apresentado nas urnas já foi encontrado desde o início e não se alterou, explicou Amarildo.
Sobre seus próximos passos, Amarildo observou que não haverá uma “transição de gestão”. “Na verdade vamos continuar com foco em algumas ações. A diferença deste segundo mandato para o primeiro é que nós vamos pegar a prefeitura numa situação um pouco melhor, financeiramente falando, já que anteriormente a situação era terrível”.

Pandemia
Entre os problemas que a prefeitura seguirá enfrentando está a pandemia da Covid-19, que já tirou a vida de 24 moradores. “Quais problemas que temos hoje? A pandemia, que vai continuar infelizmente. Vargem é a cidade que por vários motivos, foi uma das últimas onde a Covid-19 chegou para valer. Esperamos que essa segunda onda não venha e se vier que demore o tempo suficiente até a chegada da vacina. A gente está observando no Estado que o número de mortes está aumentando, o número de casos também. Mas, não é só no Estado de São Paulo e sim no Brasil como um todo. Principalmente a gente observa isso nos países desenvolvidos como Espanha, Inglaterra, Portugal, onde a segunda onda é efetiva, tanto que já fizeram um lock down. Temos que estar atentos a isso. Hoje está tranquilo aqui? Está relativamente tranquilo. Mas temos que continuar seguindo os protocolos para evitar que se agrave e principalmente que a gente consiga levar até a chegada da vacina. Esperamos que acabe logo essa briga política entre o governador e o presidente. Os dois precisam ter um espírito público, sentar na mesa e discutir o que é melhor para a população e tomar a decisão. Precisa parar com essa briga política”, afirmou.

Críticas
Questionado sobre as críticas que recebeu por parte de setores da economia municipal, que durante a pandemia buscava maneiras de seguir trabalhando, por ter seguido as orientações do governo estadual, Amarildo destacou que foi seguido o protocolo estabelecido pela ciência. “Eu acho que algumas posições do Doria eram mais radicais, que não precisava ter sido dessa forma. Mas eu acho que o ideal é que tivéssemos um meio termo nessa pandemia, entre o Bolsonaro e o Doria, pois essa disputa política foi prejudicial para nossa população”.
Amarildo lembrou ainda que por mais que as posições adotadas pela prefeitura tenham sido criticadas, de maneira geral, a população entendeu as medidas que foram tomadas. “Tanto que no auge da pandemia, estávamos com 84% de aprovação”, reafirmou. “Imagina se não tivéssemos feito o que fizemos, cobrado, ficado em cima, poderia ter sido muito pior, o número de mortes muito maior”. “Testamos mais de sete mil pessoas. Fizemos mais testes que São João. E quanto mais testes, mais casos positivos você descobre. Assim, conseguimos isolar esse paciente. O negativo não é a quantidade de casos, mas sim o número de mortes em decorrência da doença”.

Investimentos em abastecimento e distribuição de água

Depois de quase dois meses, o racionamento de água, que passou a vigorar no dia 28 de setembro, foi suspenso há alguns dias pelo prefeito Amarildo. “A represa ainda tinha 80 cm de água até chegar na bomba. Considerando que estamos no final de novembro, quando chove bem, o racionamento foi suspenso há alguns dias, Mas ainda estamos atentos”, disse.
Amarildo observou que já começou a limpeza na área onde será a nova barragem pela empresa que vai explorar argila no local. “Ainda vai anos para retirar toda a argila, mas as aberturas que forem fazendo já podem ser usadas como reservatório de água bruta”, contou. “Fazendo a cava, por ser uma área de várzea, a água vai se acumular naturalmente e se necessário, já poderá ser usada para o abastecimento”, explicou o prefeito.
Ele também informou que o lago da Barragem Eduíno Sbardellini será desassoreado no próximo semestre. De acordo com o prefeito, esse serviço não pode ser feito agora, para não prejudicar o tratamento da água. “Lembrando que nós fizemos esse trabalho no final de 2018, começo de 2019”, disse”.

Investimento do SAE
Daqui uns dias começa a troca da tubulação antiga da rede de distribuição de água da Vila Santana e até o final deste ano, será concluído o projeto para começar a mesma obra no Centro expandido, como Jardim Pacaembu. “Onde tiver tubulação antiga nessa área vai ser trocada”, garantiu.
A obra na Vila Santana está licitada e será um investimento de R$ 1,1 milhão. Conforme ressaltou o prefeito, a empresa vai começar a qualquer momento. O serviço na região central está previsto em cerca de R$ 2,5 milhões, que será feito com recursos próprios do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE). “O SAE há questão de quatro anos tinha pouco mais de R$ 3 milhões em dívidas e não conseguia nem pagar energia elétrica. Nós pagamos essa dívida e os recursos que estamos usando para essas obras na Vila Santana e no Centro é recurso do SAE”.
“Não se cobrava inadimplência, a perda era muito grande. Isso é a prova que se o SAE for bem gerido ele é viável. É a empresa que vive um produto exclusivo, não tem como dar errado, só se for muito ruim o administrador, como se provou há algum tempo”, comentou Amarildo.
Em seguida, os bairros que terão as tubulações antigas de metal substituídas serão a Vila Polar e adjacências e a Santa Terezinha. “Acredito que em 2021 fique pronta toda região do Centro e já iniciando a Vila Polar e região, que deve ser licitado no segundo semestre do ano que vem. E em 2023 a gente quer fazer a Vila Santa Terezinha e resolver esse problema”, destacou.
O prefeito lembrou que nos canos de ferro que existem nesses bairros, além da perda de água, há o problema de qualidade. “A água sai da Estação de Tratamento de Água chega até o reservatório do Pacaembu perfeita. Dali pra frente, onde passa por tubulação antiga, já começa a ter problema. Se estoura um cano e fica sem água por alguns minutos ou horas, entrou oxigênio, o tubo oxida e quando a água volta, vai “lavando isso”. Enquanto tudo não é lavado, não sai água de qualidade”, explicou.

Reservatórios
Outra ação no abastecimento é a construção de novas adutoras e reservatórios. “Aí entra um financiamento de R$ 3,5 milhões para a construção de adutoras. Sendo que duas já foram feitas e mais uma a ser construída e cinco reservatórios. Aí teremos mais bombas, setorização. Investimentos que vão trazer um benefício grande e nos locais que temos problema de abastecimento, acredito que a gente vai resolver. Com tudo isso vamos dobrar nossa capacidade de armazenamento de água tratada”, afirmou o prefeito.

Geração de empregos é desafio

“Estamos vivendo uma crise econômica e de saúde. A geração de emprego, no ritmo que precisamos, depende da melhoria da economia brasileira. Situação que foi agravada com a crise da pandemia. O município pode colaborar, mas se a economia não reagir… O município pode colaborar como? O pessoal pode não se lembrar, mas nós trouxemos seis novas empresas. Algumas foram ampliadas, gerando mais empregos. Agora nosso distrito está praticamente esgotado. Precisamos ir atrás de uma nova área para um novo distrito. Precisamos também capacitar mão de obra, com parcerias com Sesi, Senar, Senac, ou a nossa Etec, que vamos ver se conseguimos direcionar de uma maneira diferente. Esses são os dois principais caminhos para gerar empregos na cidade. Como Vargem, todas as cidades oferecem isenção de IPTU, isenção de ISS por alguns anos para as empresas que queiram se instalar”, comentou.

Saúde e Educação seguem como prioridade

Na Educação, Amarildo relatou que até o final do ano que espera concluir a escola Flávio Iared. A expectativa é que a partir de 2022 essa unidade já possa atender as crianças com o sistema de ensino integral. “Que é uma coisa que eu acredito muito que o município possa se destacar pelo Ensino Integral”, afirmou.
Na Saúde, o prefeito reeleito afirmou que irá buscar aumentar a oferta de especialidades médicas, aumentar exames e aumentar oferta de medicamentos. “Com a reforma do PPA, vamos oferecer à população um melhor atendimento. Teremos a construção de uma nova unidade para o Saúde da Família do Jardim São José, onde vamos construir uma sede própria para lá”, contou.
Cirurgias eletivas é outra ação que segue como foco da administração. “Já avançamos muito, fizemos 2,3 mil cirurgias eletivas. Nunca se fez isso na história de nosso município, nenhum prefeito chegou perto disso. Mas mesmo assim, em algumas especialidades temos fila, bem menor, mas ainda temos. Precisamos reduzir essa fila ao máximo”, disse.

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