Edição Especial de Natal 2020

Papa Francisco em visita ao Santuário de Greccio, onde foi encenado o primeiro presépio

Papa Francisco: “De modo particular, desde a sua origem franciscana, o Presépio é um convite a “sentir”, a “tocar” a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”

“Não importa como montar o presépio; o que conta é que fale à nossa vida”

Papa Francisco em visita ao Santuário de Greccio, onde foi encenado o primeiro presépio. Foto: vatican news

“Com esta Carta, quero apoiar a tradição bonita das nossas famílias prepararem o Presépio, nos dias que antecedem o Natal, e também o costume de o armarem nos lugares de trabalho, nas escolas, nos hospitais, nos estabelecimentos prisionais, nas praças…”, escreveu Papa Francisco ao divulgar documento sobre o presépio

Em dezembro do ano passado, o Papa Francisco divulgou a Carta Apóstolica “Admirável Sinal”, dedicada ao presépio para ressaltar o seu significado e valor. De acordo com o Vatican News, o texto foi dirigido sobretudo ao núcleo familiar, como uma forma de valorizar a transmissão da fé entre avós, pais, filhos e netos.
O texto do Papa Francisco recorda a origem do presépio com São Francisco de Assis, a sua obra de evangelização e as figuras e o simbolismo que o compõem. De acordo com a reportagem, a palavra presépio vem do latim praesepium, que significa “manjedoura”. As Fontes Franciscanas narram de forma detalhada o que aconteceu na cidade de Greccio, que fica no Vale de Rieti, a menos de 100 km de Roma. Quinze dias antes do Natal, Francisco chamou João, um homem daquela terra, para lhe pedir que o ajudasse a concretizar um desejo: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incómodos que Ele padeceu”.
E assim foi: no dia 25 de dezembro de 1223, chegaram a Greccio muitos frades, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa num lugar designado. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. “Assim nasce a nossa tradição: todos à volta da gruta e repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério”, escreveu o Papa Francisco. “Com a simplicidade daquele sinal, São Francisco realizou uma grande obra de evangelização”, observou o Papa.
“Armar o Presépio em nossas casas ajuda-nos a reviver a história sucedida em Belém. Naturalmente os Evangelhos continuam a ser a fonte, que nos permite conhecer e meditar aquele Acontecimento; mas, a sua representação no Presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentir-nos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais”, escreveu o Papa Francisco.

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