Marco Aurélio Lodi Gomes
O tempo da Pandemia, que não esperávamos nem nos sonhos mais audazes, criou um novo modelo de educação e para a educação, aos trancos e barrancos e evidenciou para pais e mães o desastre que é educar uma criança de maneira formal e técnica nas escolas do Brasil.
Além disso, professores, quase que sem recursos, exprimiram de si e por si mesmos o melhor que foi possível, despejando por intermédio de seus computadores e celulares, todo o amor que era dedicado dia a dia para cada um de seus alunos de forma presencial. Fomos professores, pais, psicólogos, atores, atrizes e amigos.
Nesta simbiose em estar consertando o avião em pleno voo, acabamos por descobrir também o quão nos era importante cada segundo na presença de cada um dos alunos. Por mais que a escola pareça, muitas vezes, um despejo de crianças e de desvairado abecedário, a energia, a dedicação e o olho no olho faziam ressignificar por completo a existência de daquelas crianças dia após dia, mesmo nosso sistema educacional estando falido mesmo antes da Pandemia. Isto porque estamos falando e lidando com “amor”. Este foi o pilar que sustentou a educação neste período.
Para 2021, independente das incertezas que já nos cercam, teremos experiências suficientes para continuar semeando, seja de maneira híbrida, remota ou presencial, todas as bases da educação necessárias para o desenvolvimento dos nossos alunos. Afinal, o tempo não pára!
Cabe aos órgãos responsáveis pelo fomento da educação fornecerem condições plenas aos professores, ouvi-los, dar-lhes voz para que suas experiências, suas vivências e suas técnicas possam ser exploradas ao máximo em detrimento a educar numa era pandêmica, intrincada e incerta.
Claro que daremos conta! Isto não é ofício, isto é vocação. Porém, cobremos, nas mesmas circunstâncias em que somos cobrados. O tempo da Pandemia não é o tempo do desenvolvimento e da aprendizagem, é por intermédio do tempo da Pandemia que descobrimos verdadeiro sentido da palavra “amor” dentro da escola mesmo estando fora dela.
Os livros de histórias contarão cada uma das horas de suor e lágrimas que por nós foram derramadas em busca de entregar para as famílias o que há de melhor e salutar no desenvolvimento da educação de seus filhos neste período tão difícil onde cientistas, políticos e população estão tendo ações e opiniões diametralmente opostas em busca da mesma resposta. “A educação tem raízes amargas, mas os seus frutos são doces”. Aristóteles.
Sigamos, firmes, fortes, sagazes e corajosos, muitas gerações que só conhecerão esta Pandemia pela história precisam hoje de nós.