Cidadão teria recebido as duas doses da CoronaVac em outros municípios e depois teria tomado a dose única da Janssen em Vargem
A prefeitura instaurou sindicância administrativa para investigar a aplicação de terceira dose em paciente que já havia sido imunizado com outras duas em outros municípios. Essa é a segunda sindicância aberta para averiguar possíveis irregularidades envolvendo a vacinação contra a Covid-19 em Vargem. A primeira foi aberta em fevereiro e ainda não teve os resultados divulgados.
A investigação sobre uma terceira dose aplicada na cidade consta na portaria nº 18.866, de 10 de agosto de 2021, publicada na edição de segunda-feira do Jornal Oficial do Município. O documento traz que será apurado a suposta aplicação de terceira dose do imunizante contra o vírus SarsCov2, o novo coronavírus, tendo em vista que, segundo os registros dos órgãos públicos de saúde competentes, o munícipe apontado nos documentos enviados pela Diretoria de Saúde e Medicina Preventiva, recebeu a 1ª dose de CoronaVac no dia 5 de abril em Mogi Guaçu e a 2ª dose da CoronaVac em 3 de maio, em Mogi Mirim.
Mesmo estando com a imunização efetivada com as duas doses, esse morador, no dia 30 de junho, compareceu para receber o imunizante da Janssen, aplicado em dose única, na Creche Municipal Maria Pereira da Fonseca – D. Zinha Cordeiro, no Jardim Fortaleza, em Vargem Grande do Sul.
Assim, a sindicância tem como objetivo apurar e identificar se houve participação de servidores públicos municipais, com grau de parentesco com o morador imunizado, bem como os fatos que surgirem no decorrer desta investigação.
Conforme a portaria, a sindicância será conduzida por uma comissão composta pelos servidores Maria Isabel Garcez da Silva, assessora do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente; Marcelo Cardoso da Silva, adjunto administrativo; Vanice Cristina Matiello Rosseto, auxiliar administrativo; Elisângela Linhares de Queiroz Silva, auxiliar administrativo; Lígia Maria Gomes, assistente administrativo e João Vitor Maximiano, assistente administrativo, os quais sob a presidência do primeiro, deverão concluir os trabalhos em 30 dias, que pode ser prorrogado pelo mesmo período.
Fura-fila
A sindicância instaurada em fevereiro, pela Portaria nº 18.461, visa apurar suposta prática de fura-fila de vacina. Os trabalhos da comissão montada para a apuração haviam sido suspensos em decorrência da pandemia. A Gazeta questionou a prefeitura se já foi retomada e concluída essa sindicância, além de seu resultado, mas até o fechamento dessa edição, não obteve resposta.
Segundo consta na portaria que instaurou a sindicância, um cidadão que não pertence aos grupos prioritários que estavam sendo imunizados na ocasião, recebeu indevidamente a imunização. A denúncia recebida pela prefeitura dava conta que um morador, uma pessoa que presta serviços na área de saúde, havia tomado vacina no período que não lhe competia.
A Gazeta questionou se estão sendo investigados servidores que aplicaram a imunização, quantas pessoas estão tendo suas condutas analisadas e ao final da sindicância, quais as medidas possíveis de serem aplicadas. De acordo com o Executivo, foi instaurada a sindicância, pra investigar se houve participação de servidores e suas condutas neste caso e, caso seja necessário, tomar as medidas cabíveis. A prefeitura destacou ainda que foi encaminhado relatório do ocorrido para o Ministério Público e após conclusão da sindicância, serão prestadas as informações complementares à promotoria.