A Gazeta de Vargem Grande foi fundada em 1981, nos últimos anos da ditadura militar. Um dos objetivos do jornal foi lutar pela volta da democracia, pelo direito do povo em votar livremente em seus candidatos. Durante seus primeiros anos, a Gazeta acompanhou e noticiou o fim dos anos de chumbo, as eleições diretas, a elaboração da Constituição. Em Vargem, a elaboração da Lei Orgânica Municipal, enfim, a volta do Estado Democrático de Direito na cidade e em todo País.
Às vésperas de completar 40 anos, a Gazeta continua com o seu objetivo de informar e se posicionar nas questões políticas e sociais que o Brasil vive nos dias atuais, como as manifestações que serão realizadas no dia 7 de Setembro.
incentivadas pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a mobilização nacional tem como pano de fundo protestar pela liberdade de expressão, contra as medidas recentes do Supremo Tribunal Federal, como a prisão recente de Roberto Jeferson, presidente do PTB.
Mas, o objetivo principal de seus idealizadores, é mostrar que Bolsonaro tem poder de mobilização, pois pretende que os atos sejam uma “foto” da vontade do povo, com apelos feitos por grupos de Whatsapp e publicações em perfis em redes sociais voltadas a apoiadores do presidente.
Porém, longe de usarem a maior data cívica brasileira, que trata da Independência do Brasil para fortalecer a democracia e o progresso da nação, o que se vê são pedidos de intervenção militar com Bolsonaro no poder, criminalização do comunismo, que o povo se volte contra os ministros do STF, manifestação a favor do voto impresso, entre outras pautas.
As mobilizações deste 7 de Setembro merecem atenção de todos, inclusive dos vargengrandenses, pois preocupa os brasileiros que querem a estabilidade democrática do Brasil e o respeito à Constituição, ao contrário de uma minoria que quer aproveitar a data máxima civil brasileira para marcar a virada do Bolsonarismo e sua transformação efetiva em um regime autoritário justificado pela defesa do País contra o comunismo – algo muito semelhante ao ocorrido em 1964.
No entanto, tudo indica que será mais uma mobilização popular que definirá essa minoria barulhenta de pessoas que gosta de manter seus políticos de estimação.
Num momento de inflação, combustíveis, alimentos e energia elétrica em alta, o que deveria estar crescendo seria o empenho do presidente em lidar com esses assuntos, para melhorar a vida da população. Num cenário em que tem perdido cada vez mais o apoio do eleitor, que vê o prato ficar cada dia mais vazio e o mês mais comprido que o salário, Bolsonaro precisa gerar crises para manter sua base aliada fervorosa.
Daqui de Vargem Grande do Sul, a Gazeta seguirá atenta ao desenrolar dos atos desta terça-feira, noticiando seu impacto na política da cidade, na vida de seus moradores, nas aspirações políticas de seus eleitores, como tem feito há quase quatro décadas, passando por anos de ditadura, de abertura política, de governos de direita, governos de esquerda, por crises econômicas e períodos de desenvolvimento social. A Gazeta seguirá sua missão, que é colocar no papel, a História no momento em que ela é feita.