Se o aumento do valor do aço já tinha causado a alteração de cronograma de obras em andamento pela prefeitura de Vargem, como a reforma do Posto de Pronto Atendimento (PPA) Alfeu Rodrigues do Patrocínio, agora é o custo do asfalto que tem preocupado. De acordo com o Executivo, o produto teve um aumento de mais de 30% nos últimos meses e já deixou mais caros contratos firmados pelo município.
Reportagem publicada em agosto pela Folha de São Paulo apontou que apenas em maio, o asfalto ficou 25% mais caro e em agosto, subiu mais 6%. De acordo com a Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a situação tem causado desajuste nos contratos, uma vez que o asfalto representa 40% do custo de pavimentação e até 70% do custo de manutenção, como recapeamento e operações tapa-buracos. A alta no preço do petróleo é a principal causa no aumento do valor do asfalto.
O alta do produto não inviabilizou ainda a execução de obras de pavimentação ou de recapeamento em Vargem Grande do Sul. De acordo com a prefeitura, todas as obras de pavimentação e recape com Ordem de Início de Serviços (OIS) emitidas, encontram-se concluídas.
Segundo o diretor do Departamento de Obras, Ricardo Bisco, é o caso de ruas do Centro da cidade, de algumas ruas do Jardim São Luís, do Jardim Fortaleza, Jardim Primavera, Jardim São José, entre outras, como as avenidas Alice de Carvalho Buozi e Aurora Fernandes Bolonha.
Em andamento
O diretor de Obras ainda informou, que atualmente a prefeitura está pavimentando o prolongamento da Avenida Manoel Gomes Casaca, que termina na altura da empresa Lajes Picolo Materiais de Construção, na saída para Casa Branca, paralela à SP 215, Rodovia Hélio Moreira Sales. Após a conclusão da obra, a avenida irá até o trevo da entrada do Jardim Santa Marta. O investimento é de R$ 686.578,11.
Em breve também irá começar o recapeamento de trecho da rua Prudente de Moraes, no Jardim São Paulo, entre as ruas XV de Novembro e Silva Jardim. De acordo com Bisco, essa obra já foi licitada e em breve as máquinas começarão a realizar a melhoria, que terá um custo de cerca de R$ 538 mil.
Mais caro
A Gazeta questionou quais as mudanças que o aumento do asfalto pode provocar no cronograma de pavimentação da cidade. Segundo a prefeitura, grande parte dos recursos para pavimentação e recape no município vem de convênios celebrados com o Governo do Estado e o Governo Federal. Diante disso, são adotados bases de preços com referência nas planilhas orçamentárias do Estado (CPOS/CDHU) e União (SINAPI).
“Sendo assim, dependendo da vigência da data-base da planilha, os valores dos insumos do asfalto estão atualizados. Porém, como tem ocorrido uma grande variação de custos deste material, a base de preço não consegue acompanhar esta variação, pois estas planilhas são geralmente atualizadas a cada três meses, daí pode ocorrer uma discrepância entre valores no momento da execução da obra”.
Nesse sentido, já houve construtoras que pediram revisão de valores. “Pois devido ao atraso na liberação dos recursos estaduais ou federais, o preço adotado acaba ficando defasado, sendo necessária sua atualização, para que seja possível a execução das obras”, explicou o Executivo.
Recurso municipal
Estes reajustes acabam saindo diretamente dos cofres municipais, conforme explicou a prefeitura. “Sem qualquer contrapartida do Estado ou União. Com isso, o planejamento de obras tende a ser revisado, uma vez que não disponibilizamos de grandes recursos, principalmente nesse momento tão conturbado devido à pandemia da Covid-19”, informou o Executivo.