O mês de setembro é especial para a natureza. No dia 21 de setembro, terça-feira, comemora-se no Brasil o Dia da Árvore e na quarta-feira, dia 22 de setembro, é o início da Primavera. Simbolizando estas datas tão especiais, a Gazeta de Vargem Grande entrevistou o sr. José Orlando Vicente, 78 anos, aposentado, morador da Rua Antônio Ribeiro da Silva, na Cohab II, no Jd. Fortaleza, para mostrar aos leitores, o carinho com que ele trata as orquídeas que plantou na árvore em frente à sua casa.
Quem passa pelo local com os olhos mais atentos, há de perceber o colorido das flores da orquídea da espécie Nobilior, que estão em plena floração e chamam a atenção pela sua beleza. Considerada a Rainha do Cerrado, essa cattleya brasileira foi descoberta no ano de 1883, pelo renomado botânico alemão Reichenbach, descrito como um dos maiores orquidófilos da história. O nome Nobilior vem do latim e significa “o mais nobre”.
A árvore que ostenta as orquídeas, foi plantada pelo sr. José na frente de sua casa há mais de 25 anos e ele contou como passou a “amarrar” as orquídeas nela. Disse que ganhou um vaso contendo a orquídea de um parente e teve a ideia de colocá-la na árvore, pois achava que lá ela iria se adaptar melhor. Usou de um pedaço de esponja para a planta reter mais água e amarrou no tronco da sua árvore.
Viu que elas gostaram e passou a plantar outras divisões da orquídea por outros galhos e com o passar dos anos, conseguiu um bom resultado. Além da espécie Nobilior, amarrou também Dendobrium, conhecidos como “olho de boneca”, Oncidium, as “chuvas de ouro” e uma micro orquídea que é comum aqui nas matas junto ao Rio Jaguari.
“As pessoas olham, gostam, acham bonito”, comentou sr. José, que se mostrou muito feliz em cultivar as flores e o bom astral que elas lhe propiciam. Os vizinhos também já estão seguindo o seu exemplo e já dá para perceber nas árvores próximas à sua, que várias orquídeas estão sendo amarradas e que nas suas épocas de floração, deverão encher de orgulho e felicidade quem as estão cultivando.
“Não dá muito trabalho, é só amarrar”, explica o morador, para quem, pequenas atitudes como estas, “é que alegra a gente”. Na sua simplicidade, fala que o homem hoje só quer destruir e que poucos querem construir.
Atitudes simples como a tomada por José Orlando, é que acabam fazendo a diferença entre você passar por uma calçada desprovida de árvores ou se deixar encantar em uma esquina de um conjunto habitacional, onde além de uma árvore plantada, ele a enfeitou com várias orquídeas que estão em plena floração. Ao contemplar as flores, elas se tornam um colírio para os olhos e um bálsamo para a alma, nestes tempos de tanta agressão à natureza e todas as suas consequências para a saúde humana.