Em 1934, praça ganha nome oficial

Estabelecimentos abertos ao redor da praça

Com o falecimento do capitão João Pinto Fontão, em 1934, a Câmara Municipal da época prestou uma homenagem decretando luto oficial e alterando o nome de Praça da Matriz para Praça Capitão João Pinto Fontão.
A Rádio Municipal, que funcionava no coreto da praça com alto-falante e vitrola, surgiu em 1938. Para a comemoração de seu primeiro ano, foi realizado um festival humorístico, com apresentações musicais de artistas amadores da cidade.
Em 24 de maio de 1940, na residência do Vigário da Paróquia, foi criada a “Associação dos Amigos de Vargem Grande”. O grupo estabeleceu entre suas metas, a conclusão de obras da Igreja Matriz e o ajardinamento da Praça que a circunda.


Em 1942, Felippe Moiysés atuou como marceneiro e jardineiro do jardim da praça. Como inicialmente os bancos eram de madeira, alguns dos quais foram reformados pela marcenaria “A Progressiva”, de propriedade de José Luiz Miranda. Em 13 de agosto de 1944, o jornal O Vargengrandense noticiou o início da campanha de doação de bancos de granito, com a primeira oferta de Antônio Longuini. Os cálculos aritméticos para a criação dos canteiros da praça foram feitos pela professora Anézia Andrade Cossi, esposa do ex-prefeito Huber Cossi.
Segundo um artigo publicado na Gazeta em 2004 por Mário Poggio, conforme ensinado pelo professor João Forlin, antigamente cada lado da praça era destinado a determinados grupos de pessoas. Na parte de cima ficavam os filhos de fazendeiros, a lateral era ocupada pelos casais de namorados, a parte de baixo era onde os casais de namorados e negros sozinhos andavam e os casais de idosos negros caminhavam na lateral em frente à Igreja. No entanto, anos depois, essa divisão já não mais existia.
No centro, havia o coreto, onde a banda se apresentava às quintas-feiras, sábados e domingos, reunindo a todos para apreciar o evento. Nos anos 60 e 70, os casais de namorados ocupavam a parte de baixo da praça, e na parte de cima, as meninas ficavam andando em grupos na rua e os rapazes estacionavam na calçada. Quando havia troca de olhares, o rapaz aproximava-se e caso houvesse consentimento, passavam a caminhar juntos e sentavam nos bancos em volta da fonte luminosa.


Na praça, dois marcos foram colocados em comemoração ao primeiro centenário da cidade, em 1974. Um dos marcos é em homenagem a composição da Câmara Municipal da época, e o outro como forma de eternizar o nome dos fundadores da cidade. Em 1996, foi colocada uma estátua em homenagem ao Padre Donizetti, que atuou em Vargem de 1909 a 1926.

Chuva na década de 1960 cobriu a praça com pedras de gelo

Quem foi Capitão João Pinto Fontão


Capitão João Pinto Fontão iniciou a vida profissional como fazendeiro ao receber um pedaço de terra do pai. Juntamente com Lindolfo Barbosa, adquiriu o jornal “A Imprensa”, semanário que circulou durante décadas. Em sociedade com Antônio Ricardo da Costa, fundou o primeiro estabelecimento bancário da cidade, a “Casa Bancária J.P Fontão e Cia”.
Ocupou por diversas vezes o cargo de sub-prefeito, que na época era distrito de São João da Boa Vista, delegado e sub-delegado de polícia. Foi vereador quando Vargem ainda era Distrito de Paz e foi de sua iniciativa o projeto de lei que criou a Cadeia Pública em 1904, que atualmente, abriga a Casa da Cultura.
Capitão João Pinto Fontão foi um dos idealizadores do Hospital de Caridade e sócio da Sociedade Italiana “Dante Alighieri”, atualmente a Sociedade Beneficente Brasileira (SBB). A praça central da cidade recebeu seu nome. Nela estão a Igreja Matriz de Sant’Ana, agências bancárias, lojas, lanchonetes, etc. Além disso, importantes eventos culturais são realizados na praça, como a Festa das Nações, apresentações musicais, entre outros.

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