Se o Guia de Natal da Gazeta de Vargem Grande já se tornou uma tradição, já faz alguns anos que uma das tradições da publicação é a entrevista com o arquiteto e empresário Vinícius Mascarin. E foi justamente pensando em tradições, que Vinícius buscou a inspiração para o tema de seu Natal em 2021.
Fã declarado desta data especial, Vinícius é um entusiasta do clima natalino e mesmo desenvolvendo atualmente uma série de projetos, sempre encontra um tempo para criar uma decoração especial para os leitores do Guia da Gazeta, que acabou se tornando uma referência na cidade pelo capricho e atenção aos detalhes.
Depois de apostar em algo inusitado em 2020, quando fez o “Natal em Azul”, com a decoração toda baseada nesse tom, Vinícius apostou em 2021, no “Natal das Tradições”. Com o avanço da vacinação, com a redução drástica de casos da Covid-19 não só em Vargem, mas em todo mundo, é o momento de celebrar o Natal com toda sua magia e simbolismo.
Questionado o motivo de se retomar as tradições natalinas, Vinícius comentou estar com “saudades da vida normal”. Se no ano passado, o Natal em Azul foi uma aposta em algo divertido, uma novidade, este ano, o vermelho tradicional é que predomina na decoração da casa. “Esse ano, a gente precisa do normal. Assim, fui explorando a simbologia do Natal, as tradições de vários países, para concretizar neste ano”, explicou.
Dessa forma, o vermelho está presente na maioria dos elementos. “Adoro o vermelho. É uma cor poderosa, vibrante. É uma cor tradicional, da magia do Natal”, comentou. Além disso, Vinícius lembrou que por ser uma cor tão predominante da data, acaba estando presente em uma série de enfeites que a pessoa já deve ter em sua casa. “Assim, acaba sendo algo econômico e também algo que já traz uma memória afetiva, um aconchego”, disse.
E como se trata de um Natal de Tradições, a decoração conta com elementos bastante simbólicos da data, como o Papai Noel, a Sagrada Família e as berrys decorativas, que enfeitam até os lustres da sala.
Detalhes que fazem a diferença
Vinícius Mascarin costuma dizer que até as coisas mais simples se tornam luxuosas, desde que feitas com capricho. E é possível encontrar cuidado e capricho em cada detalhe da mesa preparada especialmente para a reportagem.
Começando pela toalha da mesa, em veludo vermelho e com um acabamento dourado bastante singular: um franjão usado para acabamento de sofás. Aliás, ao utilizar veludo para a toalha de mesa, Vinícius já buscou inovar. “Podem dizer que não é condizente com o clima brasileiro, mas se fizermos tudo de acordo com isso, ia ser completamente diferente”, avaliou. “Não vamos vestir casacos pesados de inverno, mas por que não usar o veludo em uma toalha? Traz um brilho, uma luminosidade que cai muito bem com o Natal”, afirmou.
Outra dica do arquiteto é sempre apostar em elementos autorais para tornar cada ceia, cada decoração únicos. “É aplicar o que você gosta. Cada um trazer para a sua decoração características próprias. Assim, o Natal fica autoral, com a cara de quem mora na casa”, disse.
E voltando à toalha de veludo, Vinícius observou que muitas famílias possuem lindas toalhas de linho com franja renascentista. “Mas toalha de veludo vermelho com franjão de sofá, só na minha casa”, se divertiu.
Outra dica de Vinícius é na versatilidade dos elementos. Ele observou que comprar um jogo de pratos com temática natalina, como ilustrações de Papai Noel, por exemplo, limita a utilização da louça apenas nas festas de Natal. Na mesa composta para este ano, os pratos são de louça portuguesa, com estampas de delicadas flores orientais, em tons avermelhados.
O arquiteto também destacou a importância de sempre disponibilizar algo que traga a memória afetiva. Em sua casa, a família tem um presépio com peças pintadas pela artista vargengrandense Marlene Bruno e à mesa, uma peça que pertencia à sua tia avó, Josefina. “Uma tia muito importante para mim. Ter essas peças na decoração é algo que nos traz apego à nossa história”, comentou.
Decoração com elegância e capricho
Cada canto da casa de Vinícius Mascarin foi cuidadosamente decorado com pinheiros, bolas, enfeites, berrys e outros elementos, que se harmonizam e se complementam. Em entrevista ao Guia de Natal da Gazeta, ele confessou que é permitido exagerar na data, mas sem fugir de um padrão. “Natal tem que ser superlativo. Por isso, todo cantinho da casa é decorado. Mas é diferente de Carnaval. Você precisa criar um padrão e seguir. É preciso ter coerência e elegância na hora de escolher”, disse.
Além do capricho em cada detalhe, Vinícius comentou que busca sempre valorizar o comércio e prestadores de serviços locais. Para a mesa da ceia, cada lugar terá um pãozinho personalizado, com a letra V, feito especialmente pela padaria do Supermercado Estrela. “Não ficou algo caro e cria um encantamento na mesa”, comentou. Uma alternativa ao pãozinho sugerida por Vinícius são panetones individuais ornamentados com confeitos. “É algo que não exige investimento alto e torna a decoração única”, afirmou.
Vinícius afirmou que comprar e divulgar o comércio local, é algo importante ainda mais nesse momento da retomada da economia com a melhora da pandemia da Covid-19. “Existem coisas muito boas em Vargem e região. É preciso haver essa conscientização do consumo local, de comprar do seu vizinho, de um parente. Essa ajuda também faz parte do clima de Natal”, disse.
Árvore de tâmaras
Uma das novidades este ano no cardápio é a árvore de tâmaras secas, feita especialmente para este ano. “Tudo de Natal, se você arrumar em formato de pirâmide, vira árvore. Frios em uma bandeja, patê, chocolates”, comentou. “Além disso, a tâmara é a fruta de boas vindas nos Emirados Árabes”, explicou o arquiteto.
Natal das Tradições, da memória e do aconchego
Entre os conceitos a serem celebrados no Natal das Tradições, Vinícius destacou a necessidade de se resgatar os valores da família, independente da sua configuração, se de sangue ou não. “O conceito de família precisa ser resgatado, independente da configuração da família. É preciso ter hierarquia de respeito aos mais velhos, da sabedoria e experiência. É preciso resgatar o conceito de união. E isso independe de sangue”, ponderou. “Laço de sangue nos faz parentes, mas é a troca de afeto que nos faz família”, afirmou. “E na hora do Natal, temos que celebrar esse conceito de família”, comentou.
“Receber alguém na sua casa e dividir uma refeição é algo muito forte. Que neste Natal todos possam fazer essa cerimônia de sentar e partilhar essa refeição com sua família, independentemente da configuração. E sempre com alegria. Isso é fundamental”, finalizou.