A responsabilidade é de todos nós

Um processo que corria sob Segredo de Justiça, pois envolvia um menor de 18 anos, acabou vazando para as redes sociais e o que deveria ser preservado para que um mal maior não acontecesse à criança envolvida, certamente a expôs a danos que podem ser muito difíceis de se reparar.
Lançado nos grupos do WhatsApp da cidade, o documento sigiloso da Justiça foi sendo replicado e deve ter atingido milhares de pessoas, que, num gesto impensável e sem consequência, foram repassando a outras.
Também levou ao julgamento ou mesmo ao linchamento virtual do acusado, sem que a Justiça ainda o tenha condenado. O processo é longo e ele tem todo o direito e garantias constitucionais de se defender e ser considerado inocente até que seja de fato condenado pela Justiça, o que não ocorreu ainda.
A prisão preventiva do acusado foi dentro do que a lei determina e sua defesa está dentro do que é permitido no processo legal, solicitando sua liberdade através de um Habeas Corpus, para que o mesmo responda em liberdade, se este for o entendimento do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
O autor do delito de vazamento de documento sigiloso da Justiça, o fez com a clara intenção de atingir o acusado e cometeu outro crime infame, que também está sendo apurado através de inquérito policial solicitado pela juíza que cuida do processo.
Sem dúvida que o uso das redes sociais para prejudicar pessoas é um dos males deste século. A responsabilidade de não levar adiante o que se recebe nas redes sociais, principalmente os milhares de fake news que são lançados na internet a todo momento, é de todos nós. Não é fácil combater esta verdadeira doença contagiosa.
É um trabalho árduo, um verdadeiro policiamento que devemos fazer ao receber uma notícia e nos perguntarmos se devemos ou não passá-la adiante. Se a mesma é falsa ou não, se como no caso em discussão, é legal ou não divulgar um documento sigiloso que envolva um garoto, se com sua divulgação, vamos ou não contribuir para um mundo melhor, mais humano.
No caso do documento sigiloso, as milhares de envios e reenvios através dos grupos de Whatsapp, só atenderam ao que o autor do vazamento queria, atingir a pessoa acusada, que não foi julgada e condenada pela Justiça e pior ainda, expôs de maneira totalmente irresponsável e ilegal, a criança, vítima inocente que a Justiça procura de todas as formas preservar.

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