Mais um ano sem Carnaval

Carnaval popular em Vargem lotava as ruas do Centro. Foto: Arquivo Gazeta

Festa popular por excelência, o Carnaval já não é realizado há anos nas ruas de Vargem. Se nos últimos dois anos a necessidade de se evitar aglomerações para prevenir a expansão do SarsCov2, o vírus causador da Covid-19, que ceifou 119 vidas em Vargem Grande do Sul e centenas de milhares em todo Brasil e no mundo, nos anos anteriores, a crise financeira e a falta de recursos justificaram o cancelamento da folia.
Neste ano, o Carnaval começaria neste sábado, dia 26 e se estenderia até a terça-feira, dia 1º de março. O feriado foi mantido pela prefeitura, que inclusive decretou ponto facultativo nas repartições públicas municipais na segunda-feira, dia 28 de fevereiro e na terça, dia 1º. No entanto, em novembro passado, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) já tinha divulgado que não haveria Carnaval em Vargem, ressaltando que a pandemia não tinha terminado. Aliás, prefeitos de toda região também seguiram a mesma linha.
Mas a verdade é que mesmo antes da pandemia e dos problemas financeiros, o Carnaval promovido pela prefeitura já vinha enfrentando uma série de dificuldades. Até o final da primeira gestão de Amarildo, de 2009 a 2012, o poder público municipal fazia grandes aportes na festa, contratando banda, infraestrutura, etc, para os dias de Folia, que geralmente eram realizados na Praça Cap. João Pinto Fontão. A festa incluía shows noturnos e matinês.
Apesar de bastante democrática, reunindo bom público, os moradores do entorno da praça sempre se queixavam do barulho que seguia noite à dentro, de brigas, depredações do pessoal que exagerava na bebida e também dos sem educação que transformavam qualquer cantinho em banheiro.
Isso sem mencionar na questão de segurança, pois atualmente pelo tamanho da população da cidade e o efetivo da Polícia Civil, Polícia Militar e também da Guarda Civil Municipal. Uma festa popular, aberta a todo público careceria de contratação de mais equipes de segurança, por exemplo, o que exigiria um volume ainda maior de recursos públicos.
Na gestão de Celso Itaroti (PTB), de 2013 a 2016, a tentativa foi a de transformar o Carnaval de Vargem em grande evento, terceirizando a realização da festa, que foi no Recinto de Exposição Christiano Dutra do Nascimento. A mudança agradou quem queria sossego no Centro, mas não rendeu bons resultados financeiros para os envolvidos. Amarildo ainda fez uma tentativa de realizar a festa nesses moldes, quando foi eleito para seu segundo mandato, mas também não “vingou”.
A concorrência com festas mais tradicionais na região, no mesmo estilo pessoal de abadá x pipoca, área vip, camarote, etc, acaba tornando esse modelo inviável para Vargem, Os custos de um evento como era no passado também são altos e colocam em dúvida a retomada do festejo em praça pública.
No entanto, é inegável que Vargem carece de oferecer um Carnaval para sua população, para que todos tenham acesso e possam se divertir. Incentivar a formação de blocos, levar palcos móveis para os bairros, oferecer banda com marchinhas no Centro durante às tardes, são opções que podem ser discutidas nos próximos meses para que em 2023, toda a cidade possa festejar um Carnaval que se Deus quiser, será livre de Covid.

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