Denúncia sobre não funcionamento da ETE é infundada, afirma superintendente do SAE

Postagem feita pelo vereador Itaroti sobre o caso.

O vereador Celso Itaroti (PTB) publicou em grupos de discussão de redes sociais esta semana, uma denúncia que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) não estaria funcionando e jogando os efluentes in natura no Rio Verde, sem o devido tratamento, o que estaria afetando a plantação de produtores rurais que utilizam as águas do rio para irrigação de suas lavouras.
Segundo apurou a reportagem da Gazeta, no domingo, dia 23 de março, por volta das 17h30, o vereador esteve na ETE fazendo uma vistoria para constatar uma denúncia do sr. Mamede, conforme consta no boletim diário do operador de plantão da Estação naquele dia. Itaroti filmou sua visita e postou nas redes sociais, apontando o que segundo ele, não estaria funcionando e fazendo com que o tratamento não acontecesse. Em entrevista ao jornal, Celso Bruno, superintendente do Serviço de Água e Esgoto (SAE), afirmou que a ETE está em plena reforma e que apesar disso, em nenhum momento deixou de tratar o esgoto que chega à estação, fazendo a operação do sistema de maneira a não prejudicar suas funções e que as denúncias do vereador eram infundadas.
Na sua denúncia levada às redes sociais, Itaroti afirma que “lá no Mamede, infelizmente, está indo o que você faz no vaso sanitário, sem tratamento nenhum”. Celso aponta então que uma rosca desarenadora não estava funcionando, estava parada; que alguns aeradores estavam parados, e que nas lagoas onde os aparelhos funcionavam, eram poucos. Por estarem parados estes sistemas, na opinião do vereador, não estaria havendo o devido tratamento de esgoto, sendo os dejetos in natura canalizados para a lavoura do sr. Mamede e também para a Chácara Japonesa, situadas próximas à ETE.
Também Itaroti denunciou que não estaria sendo aplicado o cloro no tratamento, pois o produto estava em falta e apontou que apenas uma bomba estava funcionando para puxar o esgoto para o tratamento e que os painéis estavam queimados. “Infelizmente o esgoto vai descer rio abaixo”, afirmou o vereador, dizendo achar tudo aquilo um absurdo.

ETE não parou
Na sua entrevista ao jornal, Celso Bruno afirmou que tirou os aeradores velhos da Lagoa B para serem reformados, transferindo todo o sistema para a Lagoa A, sem prejuízo para o tratamento de esgoto da estação. O superintendente repudiou a forma como o vereador do PTB colocou os fatos à população, dizendo que foi de forma irresponsável, dizendo inverdades sobre o que viu.
“Fato que confirma o funcionamento da ETE são os boletins diários preenchidos pelos operadores da estação. Todos os dias eles são preenchidos e se haver alguma irregularidade, ela é apontada. Nestes dias anteriores e posteriores à visita do vereador, foi apontado apenas a falta do cloro, que já estávamos providenciando”, afirmou Celso Bruno.
Com relação aos aeradores, o superintendente falou que eles vão ser instalados na Lagoa B, uma vez que estão prontos, reformados, faltando apenas algumas peças que estão a caminho. “Isso não impede que as lagoas em funcionamento cumpram suas funções de oxigenar os efluentes para que os micro-organismos possam decompor os dejetos, deixando-os em condições de serem lançados no Rio Verde devidamente tratados, conforme determina a Cetesb”, explicou Celso.
Com relação às bombas citadas nas denúncias de Itaroti, o superintendente disse que uma estava funcionando, cumprindo sua função de levar o esgoto até o tratamento e as outras em espera, sem prejuízo à estação. Quanto aos painéis de controle, afirmou que foi feita licitação de dois novos aparelhos e de duas novas bombas, que irão substituir as antigas, mas que não houve prejuízo ao funcionamento normal do sistema de bombeamento e que o tratamento nunca parou.
Sobre a falta de cloro, cuja função é a desinfecção final dos efluentes após o tratamento nas lagoas e antes de serem lançados no Rio Verde, relatou que houve um problema com a empresa fornecedora que não mais queria entregar o produto devido ao grande aumento de preço verificado no mercado, chegando o mesmo a faltar nos dias 21, 22 e 23 de março. “No dia 24 a empresa retomou o fornecimento, após ser notificada que sofreria sanções por ter vencido a licitação e ter a obrigação de cumprir o contrato”, falou.

CETESB visitou a ETE
No dia 24 de março, a Cetesb recebeu uma denúncia via telefone dizendo que a ETE estava jogando esgoto não tratado no Rio Verde. Os técnicos estiveram no local e relataram que “em inspeção constatou-se que a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) em questão, se encontrava em funcionamento, porém somente com uma lagoa aerada e uma lagoa de sedimentação, além do tratamento primário (gradeamento e desarenador)”. Também apontou a falta de cloro.
O órgão anotou ainda que houve intervenção por terceiros junto ao emissário final da estação, destinado pelo lançamento dos efluentes tratado nas águas do Rio Verde, motivo pelo qual a maior parte dos efluentes tratados estavam sendo lançados em um canal de derivação do Rio Verde. O jornal constatou que foi feito uma espécie de barreira no Rio Verde e a água foi desviada para o canal que abastece uma propriedade vizinha.
Diante dos fatos, seguindo orientação da Cetesb foi acionada a Polícia Ambiental e o Departamento de Águas e Energia Elétrica para as devidas providências. A CETESB também orientou no sentido de que seja refeito o dissipador dos efluentes que saem da ETE antes de serem lançados no Rio Verde, bem como o cronograma da reforma que está em andamento junto à Estação de Tratamento de Esgoto de Vargem

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui