Informações necessárias

A rotina de uma empresa de jornalismo não segue o mesmo padrão da maioria dos empreendimentos. O seu produto, a notícia, não é algo que se reproduz em escala industrial. Cada notícia é única, recebe uma carga de trabalho de apuração, de análise e de processamento, para então ser manufaturada, escrita, divulgada.
Com a expansão dos meios de comunicação on-line, a necessidade de se apurar as notícias tem exigido mais agilidade por parte dos jornalistas. Se qualquer cidadão pode divulgar um fato nas redes sociais e ‘furar’ os jornais tradicionais, cabe a essas empresas, verificar a veracidade dos fatos, procurar o contraditório, sustentar o noticiário em fontes e informações oficiais.
E a principal fonte de informação oficial em Vargem Grande do Sul é a prefeitura municipal. A Gazeta de Vargem Grande, como sempre, tem recorrido semanalmente diversas vezes a este órgão público com questionamentos. Muitas vezes assuntos “levantados” pela equipe de reportagem do jornal, e muitas outras pela população que recorre ao jornal após não ter seus problemas sanados pela prefeitura, por exemplo.
Felizmente, a prefeitura ganhou e muito nos últimos anos com uma equipe competente e bastante produtiva na assessoria de comunicação, que tem alimentado os canais municipais, como o site e a página da prefeitura no Facebook com diversas reportagens de utilidade pública.
O próprio prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) tomou gosto pela coisa. Um dos prefeitos mais midiáticos da região, mantém uma página pessoal no Facebook com milhares de seguidores e muitas atualizações diárias do que acontece na cidade. Inclusive, divulgando recentemente ações e investimentos da iniciativa privada, como inaugurações de lojas.
Voltando ao papel da imprensa e ao relacionamento com a fonte oficial de informações, muitas vezes a burocracia do caminho estabelecido dentro de um órgão público inviabiliza que uma resposta saia no tempo que a empresa jornalística necessita. Essa semana, por exemplo, os leitores da Gazeta ficaram sem a informação de quantas pessoas ainda não tomaram a dose de reforço da vacina contra a Covid-19, por exemplo, nem como anda os projetos para a instalação de ciclovias na cidade.
Por outro lado, quando o assunto é polêmico demais, as informações chegam rapidamente. Na semana passada, para comentar que não tinha nada a ver com um problema relacionado à merenda das escolas estaduais, a resposta chegou poucas horas depois das perguntas terem sido enviadas. Mas quando é polêmica mesmo, como sobre o motivo que a reforma da fonte da praça da matriz vai custar R$ 600 mil, aí é que a resposta demora.
Há meios legais para se conseguir esses dados, por exemplo, a Lei de Acesso à Informação. Mas se a burocracia interna fosse diferente, talvez menos reportagens trouxessem a frase “procurada, a prefeitura não respondeu aos questionamentos do jornal até o fechamento desta edição”, deixando os leitores e a população em geral, sem as respostas necessárias à boa informação e a tão necessária e republicana transparência dos atos do Executivo.

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