Motorista cadastrada em aplicativo explica vantagens

Clarisa é motorista cadastrada das plataformas Uber, 99 e Lady Drive. Foto: Arquivo Pessoal

A moradora de Vargem Grande do Sul Clarisa Teresa de Luca, de 61 anos, é motorista em Vargem e está vinculada às plataformas Uber, 99 e Lady há cerca de três anos. Seu vínculo foi realizado em São Paulo, quando morava e efetuava corridas pela cidade.

De acordo com a motorista, ela conhece pelo menos outras três pessoas vinculadas à plataforma Uber na cidade. Porém, o registro destes motoristas, assim como o de Clarisa, não foi realizado em Vargem.
A motorista contou o porque que ela e os demais motoristas registrados no Uber não ligam o aplicativo no município. “Não entramos porque o valor fica muito baixo, uma corrida que eu cobro R$ 12,00 do Fortaleza ao Centro, se for fazer pelo aplicativo não sai nem R$ 5,00, aí eu pago o valor da plataforma e fica pra mim aproximadamente R$ 3,50, então não rende e por isso muita gente não quer se filiar à plataforma. Além disso, não ligamos no Uber, pois as pessoas em Vargem não têm o aplicativo e preferem só ligar para nós”, disse.

Vantagens
Clarisa contou que não é difícil entrar para a plataforma, uma vez que é necessário que o carro tenha menos de 10 anos e que o motorista tenha a inclusão do termo Exerce Atividade Remunerada (EAR) na habilitação. “Muitos não colocam o EAR na habilitação porque é pago, é preciso fazer o exame psicotécnico, então se você tem o EAR você está apto para conduzir passageiros, porque não é qualquer pessoa que tem condição de conduzir pessoas”, explicou.
Para ela, a principal vantagem em ser vinculada ao aplicativo é a segurança. “Eu gosto de ser vinculada às plataformas porque você sabe quem você está pegando, já que sempre tem cadastro daquela pessoa e mesmo assim a gente vê que com o cadastro acontece muito roubo, assalto e até morte, que é o que vêm acontecendo em São Paulo”, contou.
“Quando eu me filiei à Uber, 99 e ao Lady, em São Paulo eu só pegava mulheres. A Lady é só para mulher e meninas que pegamos e a 99 já existia e a Uber existe agora de colocar a opção só mulher, então pelo menos nessa parte eu tinha um pouco mais de segurança, porque lá você faz um cadastro, se você vai pagar no cartão vai ficar registrado o seu cartão, então é menos perigo, você já confia um pouco mais no passageiro que você está pegando”, completou.
Ela informou que é filiada à Uber há mais de três anos e contou porque começou o serviço. “É um trabalho que você não tem um vínculo, você faz o horário que você quer. Em São Paulo eu fui gerente de pizzaria por mais de 20 anos e quando eu saí, meu esposo havia falecido e eu fiquei mais um pouco na cidade, tive a ideia de me cadastrar e começar. E é muito gostoso, você conhece muitas pessoas, eu gosto bastante, e eu me associei às plataformas por segurança”, contou.

Rotina de muitas viagens por dia

Clarisa contou que já está bem conhecida na cidade e já tem clientes fixos que a indicam para outras pessoas. “Há um garoto que levo para Morumgaba de terça e quinta-feira, eu vou com ele sozinho para a cidade, ele treina, comemos um lanche e voltamos para Vargem duas vezes por semana quando não há jogo ou algo fora da cidade que eu o levo também”, contou.
“Tem crianças que eu levo para lá e para cá, em casa de vó. Mas mesmo assim, depois das 19h não pego qualquer pessoa que me liga, principalmente se não tiver foto no perfil do WhatsApp, não tiver nome, a pessoa não tem nada, então me sinto insegura ainda, mas porque venho com a situação de São Paulo e isso me deixa mais criteriosa”, acrescentou.

Ela contou que é MEI, paga seu INSS por fora e quando vai para São Paulo passar uns dias, liga o aplicativo lá e pega suas corridas. “Então o principal é a segurança que você também tem porque a pessoa é cadastrada ao aplicativo e para o cliente também, porque lá você pega uma pessoa que você está vendo a foto dela, está vendo qual carro ela tem, já sabe que não pode ser um carro com muitos anos de uso, que tem que ter a manutenção em dia, então para os dois lados é muito vantajoso”, pontuou.
Clarisa lamentou que a maioria dos motoristas coloca placa de Uber em seu carro, mas que não são. “Coloquei ‘Uber legalizada’, colocaram também, mas não são legalizados, não são da plataforma. Agora estão colocando plaquinha no vidro do carro dizendo que é Uber, há carros fazendo isso que têm cerca de 20 anos de uso, não pode. Além disso, são pessoas que não estão preparadas, não pegam pista, eu pego, vou para São Paulo, vou pra Campinas, eu vou pra onde for preciso. É legal você explorar esses dois lados: vantagem do cliente e a vantagem da pessoa por aplicativo. A pessoa não quer se cadastrar junto ao aplicativo para não ter que pagar para o aplicativo”, finalizou.

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