Comissão Organizadora e a responsabilidade de se fazer a Romaria

Antes da reunião, Comissão Organizadora faz uma prece a Sant’Ana e a Nossa Senhora Aparecida. Foto: Reportagem

A reportagem da Gazeta de Vargem Grande participou da reunião da Comissão Organizadora da Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana nesta terça-feira, dia 26 de julho, feriado municipal da padroeira da cidade, a Senhora Sant’Ana, na Casa da Cultura e pode perceber a seriedade e responsabilidade dos presentes para que a 46ª Romaria que acontecerá neste domingo, transcorra da melhor forma possível.
Coordenada pelo vice-presidente Luís Carlos Prates, juntamente com Lúcia Osseti, uma das mais antigas integrantes da comissão, cerca de 20 membros participaram da reunião e nela foram discutidas e debatidas todas as providências que deveriam ser tomadas para a realização da romaria.
Antes do início dos trabalhos, Prates pediu a todos que rezassem uma oração de agradecimento, pois muitos são os pedidos feitos para que tudo transcorra bem e segundo ele, poucos são os agradecimentos. De mãos dadas, todos os presentes oraram e agradeceram especialmente à Padroeira Sant’Ana para proteger todos os romeiros, pelo restabelecimento da saúde de dona Márcia Iared, adoentada na ocasião, e demais membros que estivessem doentes e para que a festa deste domingo seja coberta com suas bênçãos.

Quem vê o desfile de milhares de cavaleiros, com dezenas de cidades participando, milhares de pessoas assistindo e várias autoridades presentes, não tem ideia do quanto é trabalhoso o processo que envolve a realização desta que é a maior festa cultural e religiosa de Vargem Grande do Sul.
Quem vai ficar responsável pela água que deverá matar a sede dos animais lá no largo da Igreja de São Joaquim, como se dará o embarque e desembarque dos animais, quem colocará as placas avisando, quem irá receber os carreiros, quem vai encher os sacos de areia quem vão nos carros de boi para eles cantarem, como está a questão dos troféus e as canecas que serão distribuídas aos romeiros?

Estas pequenas questões devem ser tratadas com a devida seriedade, pois uma falha vai tomando uma proporção grande e se não for corrigida, afeta todo o desenrolar da festa. Por exemplo, as bandeiras, quem vai ficar responsável e entregar à comitiva de frente, depois, quem irá guardá-las? Uma questão simples, mas que envolve pessoas e se torna delicada se não for conduzida com habilidade é quem será o porta estandarte, geralmente o mais antigo romeiro.
Não pode faltar água para os organizadores e guarda filas, quem as dará, quem vai também dar água aos carreiros no largo da Igreja Nossa Senhora Aparecida no Beija Fitas? Como todos estão envolvidos com vários afazeres e são poucas as pessoas que trabalham, cada um vai pegando mais de uma tarefa e acaba se sobrecarregando. A questão dos números para os romeiros, quem vai colocar? Os enfeites nos carros de boi, quem vai fazer e como está a questão das camisas para a comissão e organizadores, devem ser respondidas e apontado quem vai executar.

A Romaria tem outras ramificações. Este ano teve o baile da rainha e depois da Romaria, vai haver show na represa. Novamente os membros da comissão organizadora se debruçam sobre a questão e tudo volta a ser debatido. Como fica a venda de cervejas e refrigerantes na festa de encerramento, a questão dos caixas, quem vai ajudar na entrega das bebidas, a questão dos trocos, da segurança do local. Novamente a tarefa é dividida entre eles e todos abraçam a causa com determinação.
Uma infinidade de questões é levantada devido à proporção da festa, mas tem de ter quem as realize. Novamente vão anotando para as devidas cobranças de quem ficou responsável por coordenar a entrega dos troféus, quem vai fazer a apresentação da festa, quem vai conduzir a apresentação dos romeiros no palanque da Praça da Matriz, o jantar dos carreiros, quem tá organizando, como fica conseguir a carne para o churrasco que a eles será servido, os lanches para quem vai trabalhar na festa que será feita na represa e a discussão prossegue até o tema ser esgotado e bem encaminhado.

São pequenos detalhes que podem, se as devidas providências e responsabilidades não forem tomadas, colocar em risco a segurança e o bom desempenho da Romaria. A comissão tem uma infinidade de membros, mas são poucos os que metem a mão na massa e com o passar dos anos, eles vêm diminuindo, principalmente aqueles que são cavaleiros.
Dona Márcia Iared nunca montou em um cavalo para desfilar na Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana, ela é a presidente da Comissão, mas não pode estar presente na reunião, pois está se convalescendo da Covid que pegou. Diretora de Cultura, há 20 anos participa da Romaria e se não monta, traz em si a alma da festa. Mesmo se recuperando, com os meios de comunicação de hoje, mandou seus recados para os presentes e suas preocupações para o bom andamento da Romaria.
Hoje são poucos os mais experientes que conduzem a Romaria dos Cavaleiros de Sant’Ana. Esta é uma grande preocupação dos dirigentes e na reunião, deu para perceber que os mais jovens já estão contribuindo muito, que estão aprendendo rapidamente e absorvendo todas as lições dos mais velhos. Já se posicionam e dão a entender que se depender deles, o espetáculo que se tornou a Romaria deverá ter prosseguimento. Quem sabe por mais meio século, já que dentro de quatro anos, ela estará comemorando suas bodas de ouro.

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