Pandemia, Educação e o futuro do Brasil

Os eventos assustadores da pandemia da Covid-19 ainda estão sendo calculados e a cada novo dado apresentado, a certeza de que a recuperação completa levará anos. O impacto imediato foi a morte de mais de 600 mil pessoas no Brasil. Somente em Vargem Grande do Sul, 122 pessoas tiveram suas vidas ceifadas pela doença e outras 10 morreram de outras causas, mas com a presença do SarsCov2.
Há também centenas de milhares que se recuperaram da COVID, mas ainda lutam contra as sequelas deixadas pela gravidade da doença.
Outro efeito devastador foi na economia. Muitas famílias voltaram para abaixo da linha da pobreza, com a perda de empregos. Passaram a depender de ajuda do governo e de entidades. São pessoas que de uma hora pra outra se viram em uma situação desesperadora. Muitos brasileiros voltaram a passar fome, cenas revoltantes de pessoas revirando lixo, procurando ossos, correram o mundo.
Mas além desses efeitos imediatos existem os que vão levar anos e afetaram o futuro do país de uma maneira que ainda é possível medir as consequências, como na Educação.
O jornal Folha de São Paulo publicou nessa semana uma reportagem sobre os danos dos fechamentos das escolas, um ano depois da volta das aulas na rede estadual, em São Paulo.
Entre os resultados, um mostra que estudantes das escolas estaduais de São Paulo, ao final de 2021, haviam aprendido menos da metade (45%) do que era esperado para os últimos dois anos caso as aulas não tivessem sido interrompidas, e 31% corriam alto risco de evasão escolar.
Foram analisados boletins de alunos do ensino fundamental 2 e do ensino médio. Também foram analisados resultados de provas específicas de matemática e língua portuguesa, com o objetivo de mapear as consequências, em médio prazo, do fechamento escolar tanto para o aprendizado quanto para o risco da evasão.
Apesar de não apontar um retrocesso no aprendizado, mostra que há uma grande diferença entre aquilo que era esperado para o período e o que os estudantes de fato aprenderam.
Faltando poucas semanas para as eleições, mais do que debater uma pauta de costumes, uma agenda que gera discussões acaloradas, mas que na prática pouco vai ser mudado, os eleitores deveriam focar no projeto de Educação dos seus candidatos.
O que eles vão fazer para tentar recuperar toda uma geração de estudantes que foram severamente impactados com a pandemia e que se não forem bem acudidos, podem tornar qualquer projeto de futuro de país muito mais difícil de ser executado.

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