A circulação de capivaras pela rodovia SP-344, na altura da represa Eduíno Sbardellini, segue preocupando o Legislativo, que mais uma vez cobrou providências do poder público. Há um mês, uma moradora de Divinolândia morreu em um acidente neste trecho da pista e a suspeita é que a colisão ocorreu quando um dos motoristas envolvidos tentou desviar de um desses animais que estava pela rodovia.
Os vereadores cobraram uma providência durante o debate de um requerimento de autoria de Gláucio do Mototáxi (União Brasil), que pediu a prefeitura, que fizesse plantio de grama nas margens da via Hernani Parada Otero, na altura da Mina do Zecão. Os vereadores explicaram ao colega que esta via é de responsabilidade do DER e que o órgão tem deixado a desejar na manutenção das vias, lembrando de um deslizamento de um trecho do acostamento da pista no sentido a São Sebastião da Grama e também na prevenção de acidentes envolvendo os animais. “Se o DER não resolve nem o problema da estrada para Grama, a erosão que já comeu metade de estrada, não fechou as telas para evitar as capivaras. Acha que ele vai plantar grama?”, questionou Celso Itaroti (PTB).
“Cerca de 15 dias depois do acidente em que a mulher morreu na pista, tinha duas capivaras mortas na beira da estrada”, destacou Serginho, que pediu ao presidente da Câmara, Paulinho da Prefeitura (PSB), que convidasse alguém do DER para discutir algumas soluções com os vereadores. Além desses problemas, Canarinho (PSDB) também ressaltou a necessidade de se reformar a curva da estrada para São Roque, logo no final da descida da serra, onde muitos motoristas já perderam a vida.
Ainda sobre as capivaras, Gláucio lembrou que fez requerimento para que o Executivo instalasse alambrado dos dois lados da rodovia para impedir o trânsito dos animais e Fernando Corretor (Republicanos) lembrou que a cidade de Amparo instalou um alambrado de cerca de 50 cm de altura que já coibiu o trânsito de capivaras em área de fluxo de veículos.
40 capivaras vivem na represa
A Gazeta de Vargem Grande entrou em contato com a prefeitura perguntando o que a prefeitura tem feito sobre as capivaras que vivem na área da represa Eduíno Sbardelini e o que tem feito para evitar a circulação desses animais na rodovia. Também perguntou como estava o projeto de monitoramento dos animais com relação à febre maculosa, doença transmitida pelos carrapatos que vivem nas capivaras.
O responsável pelo Departamento de Agricultura e Meio Ambiente informou à reportagem que solicitou junto à Secretaria Estadual de Meio Ambiente, uma autorização para manejo das capivaras. Esta autorização, no primeiro momento, seria somente para coleta de material (sangue) para análise da presença ou não do agente causador da Febre Maculosa.
A partir deste diagnóstico, outras etapas serão realizadas. “Devemos salientar que as capivaras estão no seu habitat natural, e qualquer intervenção sem as devidas autorizações, é considerado crime ambiental”, explicou.
Segundo o informado, nas últimas contagens (que faz parte do pedido de autorização de manejo) o número de capivaras registrado foi de aproximadamente de 40, entre adultos, jovens e filhotes, aparentando uma estabilização da população em relação às contagens dos anos anteriores, porém pode existir uma variação deste número de acordo com a época do ano, devido à oferta de alimentos.
DER informa que houve redução no número de acidentes envolvendo animais silvestres
Questionado pela Gazeta, o Departamento de Estradas de Rodagem de São Paulo (DER) informou que em 2022 houve uma redução no número de atropelamentos de animais silvestres nas rodovias estaduais, na comparação com 2021. Os dados de junho, por exemplo, indicam redução de 24,7% no total de acidentes envolvendo animais na pista. O Departamento monitora 14 mil quilômetros de estradas em todo o Estado, mantendo equipes em alerta para evitar animais nas pistas.
Também são realizadas ações preventivas para reduzir o número de acidentes com animais na pista, como a instalação de sinalização específica, construção de passagens para a fauna e sonorizadores nas estradas para alertar os motoristas.
Em conjunto com a Fundação Florestal e a Polícia Militar Rodoviária, o DER realiza campanhas educativas de preservação ambiental, com entrega de panfletos, conscientizando os usuários sobre a importância do trânsito seguro.
Caso o usuário se depare com algum animal solto na rodovia, a orientação é o condutor reduzir a velocidade, não buzinar e ligar para o DER no número 0800 055 5510 (atendimento 24 horas), para que uma viatura vá ao local.