Mario Poggio Jr.
“Como insistissem na pergunta, ele se endireitou e disse: Aquele que dentre vós está sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra.”
Evangelho de João; 8:7
Sempre ouvimos comentários sobre os erros do cidadão “Rei Pelé”, como se fosse possível somente fazermos as coisas certas.
Em nossa opinião, ele paga pelo preço de ser um ídolo, de forma que cobra-se o que não se exige de outrem, inclusive de nós mesmos.
Porém, nos parece que deveria ser analisado todo o contexto de sua vida, pois:
- Ao fazer o seu milésimo gol (atente-se que não precisou ficar marcando partidas amistosas ou ficar passando por vários clubes, mas foi consequência de uma carreira vitoriosa), pediu que olhassem para as crianças;
- Sempre contribuiu para orfanatos, destinando parte de seus ganhos sem fazer alarde pelos meios de comunicação;
- Ao ser convocado para falar com o Presidente da República, foi discretamente, deitado no chão do carro do Jornalista Juca Kfouri (confira-se na obra “A Arte da Política – A História que Vivi”), do Professor Fernando Henrique Cardoso;
- Em sua carreira vitoriosa, não fez apologia a bebidas, cigarro e drogas; e
- Sempre foi um profissional aplicado, que continuava os treinos, após todos irem embora.
Desta forma, o “Rei Pelé” é o nosso ídolo desde a infância, ocasião que ajudou o grande elenco do Santos a nos dar muitas alegrias.
Texto originalmente publicado no Jornal Tribuna, na edição de 05 de maio de 2007 – Artigo de Mario Poggio Jr.
Foto: Facebook Pelé
Grande Vargengrandense

Mario Poggio Jr.
Na Escola Dominical da Catedral da Igreja Metodista, em aula ministrada pelo Professor Robson, aprendemos sobre comunhão, cuja tradução literal do termo originário, “koinonia”, é qualidade de existir em comum; participação mútua.
Não obstante, lemos na Revista Veja, edição de 04 de março de 2008, entrevista de Edson Arantes do Nascimento, o “Rei Pelé”, efetuada pela repórter Sandra Brasil, na qual reafirma seu compromisso de não efetuar propaganda de bebida alcoólica ou tabaco.
Importante destacar que na Copa do Mundo de Futebol de 1994, realizada nos Estados Unidos da América, recebeu oferta muito vantajosa de um fabricante de whisky, para que permitisse colocar seu rosto no rótulo, à qual recusou.
O compromisso de um ídolo com seus fãs, do qual fazemos parte desde a infância, com direito a leitura de sua biografia, logo após a alfabetização, por meio de livro emprestado pelo Professor Doutor José Alberto Aguilar Cortez, e coleção de figurinhas sobre sua vida, adquiridas na Casa das Louças, de propriedade do saudoso Anísio Schiachiri, em sociedade com o amigo José Luiz Miranda Neto.
Com a conjugação dos fatos, pensamos sobre qual vargengrandense falar, e elegemos o amigo Laércio Diogo Cardoso, o Maércio.
Companheiro de todas as horas, seja nas lembranças da infância, como por exemplo: “Caçada aos lagartos”; seja na atualidade, nas pesquisas sobre a história da cidade e de seus fihos natos ou de coração.
Sempre pronto a colaborar, cuidou de vários membros da Família Candinho, durante as enfermidades.
Quanto ao campo profissional é exemplo a ser seguido, conforme fica patente na sua biografia, constante no primeiro volume dos Grandes Nomes da Terra Vargengrandense, da qual extraímos os dados.
Infância – Quando criança, juntamente com sua mãe, Maria Aparecida Cardoso Pires e irmãos, saudoso Oswaldo Costa Cardoso e Clarice Diogo Cardoso, morou em vagão estacionado na Estação Ferroviária, de forma que passou necessidade, ocasião em que a família foi ajudada pelo “guarda –noite” da estação, Sr. Gabriel, e sua esposa, Sra. Rosa, que os levaram para residir em sua casa, localizada na Rua Saldanha Marinho.
Posteriormente, passaram a morar em casa próxima. Começou a trabalhar cedo, carregou telhas na Cerâmica Sopil; atuou no antigo Cine Glória com a responsabilidade de transportar filmes da Estação Ferroviária até o estabelecimento, e vice-versa, enrolá-los para acondicionamento e devolução; e auxiliar sua projeção; tratou de porcos e apartou bezerros no sítio do Senhor Adolpho Pasquini, onde residiu; e aprendeu os ofícios de padeiro, confeiteiro e cozinheiro, com os Professores José Cândido Pereira (Zé Candinho) e Adalgisa Patarro Pereira.
Principal atividade profissional – Com 11 (onze) anos de idade começou a trabalhar na Padaria e Confeitaria Candinho, teve como atividade inicial a limpeza de latas e engraxamento de forminhas, época em que sua mãe foi contratada para cozinhar.
Por volta dos dezesseis (16) anos começou a aprender os ofícios de padeiro, confeiteiro e cozinheiro, e tornou-se um “expert” na profissão.
Com sua habilidade desenvolveu excelente trabalho, com formação de discípulos, em estabelecimentos da cidade, tais como: `Padaria e Confeitaria Candinho, Padaria Bela Vista (Fermoselli), Padaria da Prefeitura Municipal, Restaurante e Lanchonete Vila Rica, e Bar e Lanchonete de propriedade do saudoso Moacir Fogarolli.
Ainda, fundou e manteve por anos a Lanchonete do Maércio, localizada na Rua Sete de Setembro, próximo ao cruzamento com a Rua Quinzinho Otávio, onde preparava pizzas, sanduíches, salgados e seus famosos pastéis, com manutenção de uma boa e fiel clientela.
Para finalizar, parafraseamos o Professor Fernando Henrique Cardoso e dizemos:
– “O Maércio é o Brasil que deu certo!”
Texto originalmente publicado na Gazeta de Vargem Grande, na edição de 25 de abril de 2009 – Artigo de Mario Poggio Jr.
Foto: Arquivo Gazeta