Confirmado caso de febre amarela em Vargem

Em Vargem Grande do Sul foi registrado um caso de febre amarela, segundo exame realizado pelo Departamento Regional de Saúde 14 (DRS-14) em um paciente que reside na Zona Rural do município.
De acordo com o informado pelo prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB), o caso ocorreu com um senhor de 73 anos, não vacinado. Ele esteve internado no Hospital de Caridade, mas atualmente está em casa, já recuperado.
O prefeito pontuou que o Departamento de Saúde já está tomando todas as providências necessárias no sentido de intensificar a vigilância de epizootias de Primatas não Humanos – Macacos (PNH).
Outra medida, conforme o explicado, é a intensificação da vacinação de febre amarela em áreas de risco com cobertura vacinal baixa. “Será priorizado a zona rural, onde pode haver mais moradores não vacinados”, disse.
A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa para pessoa ou de animais (macacos) para as pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.
Os sintomas mais comuns são febre, dores musculares com dor lombar proeminente, dor de cabeça, perda de apetite, náusea ou vômito. Na maioria dos casos, os sintomas desaparecem após três ou quatro dias.

O caso

Com ampla repercurssão nacional, na segunda-feira, dia 23 de janeiro de 2023, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Central/CIEVS) do Centro de Vigilância Epidemiológica recebeu da Divisão de Zoonoses o relatório de investigação do caso de febre amarela em Vargem.
As ações de investigação do caso foram desencadeadas após a informação encaminhada pelo Centro de Virologia do Instituto Adolfo Lutz sobre o resultado de RT-PCR detectável do paciente.
O início dos sintomas foi em 22 de dezembro, quando o paciente relatou febre, dor abdominal, mal-estar geral e colúria. Em 24 de dezembro, ele relatou inapetência e aumento do volume abdominal. Ele foi atendido em 25 e 26 de dezembro na Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
Com piora do quadro clínico, ele foi internado no dia 27 com icterícia e confusão mental. O homem teve alta hospitalar com cura clínica. O paciente nega deslocamentos e informou não ser vacinado contra a febre amarela.
A ocorrência de Epizootias em PNH confirmada foi detectada e está em investigação de acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais.
De acordo com o informado pelo Governo do Estado de São Paulo, até o momento não há confirmação de Primata Não Humano infectado com o vírus da febre amarela, já que não foi detectada a ocorrência de epizootias na região.
Entretanto, as equipes de Vigilância em Saúde estão atuando na busca ativa de epizootias e coleta/identificação de vetores silvestres envolvidos na cadeia de transmissão da febre amarela.
A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da Febre Amarela. A partir de 2019, o Centro de Vigilância Epidemiológica ampliou a vacinação para todo Estado de São Paulo. Recomenda-se que os municípios do estado implementem ações imediatas de vacinação das pessoas a partir de nove meses de idade não vacinadas, com o objetivo de alcançar coberturas vacinais de no mínimo 95%.
Todo caso suspeito de Febre Amarela deve ser imediatamente comunicado por telefone ou por e-mail para os órgãos oficiais de saúde municipal, estadual e federal. A notificação deve ser registrada por meio do preenchimento da Ficha de Notificação/Investigação da Febre Amarela e inserida no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN).

A doença
A febre amarela (FA) silvestre é uma doença infecciosa febril aguda, não contagiosa, causada por um arbovírus do gênero Flavivirus, família Flaviviridade. Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: febre amarela urbana (FAU) e febre amarela silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra apenas pela localização geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.
A doença mantém-se endêmica em diversas regiões tropicais das Américas e da África, e de modo esporádico, são registrados surtos e epidemias de magnitude variável.
Atualmente, nas Américas, são conhecidos dois ciclos de transmissão do vírus da FA: um urbano, do tipo homem-mosquito-homem, no qual o Aedes aegypti é o principal vetor; e o outro silvestre, complexo, no qual diferentes espécies de mosquitos (Haemagogus spp. e Sabethes spp.) atuam como vetores e primatas não humanos (PNH) participam como hospedeiros, amplificando o vírus durante a fase virêmica.
No humano, a doença possui rápida evolução, com cerca de 10% dos casos, evoluindo para formas graves com icterícia, ou seja, o amarelão da pele, dor abdominal intensa, sangramentos em sistema digestivo, sendo vômitos ou fezes com sangue, pele ou urina e falência renal. Por isso, a importância de identificar a doença precocemente para realizar os cuidados médicos necessários.

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