Dick Farney (Farnésio Dutra da Silva)
Nascimento: 14/11/1921 – Rio de Janeiro (RJ)
Morte: 04/08/1987 – São Paulo (SP)
Atividades: Cantor, compositor e pianista.
Iniciou seus estudos de piano com seu pai e canto com sua mãe ainda na infância.
Dick Farney é considerado o perfeccionista do grave e da dissonância, sua trajetória é singular ao se destacar como cantor romântico, músico reconhecido nos Estados Unidos e atuante consolidador do samba-canção. No Brasil, pianista criativo e com grande versatilidade jazzística.
Dick Farney, em toda sua carreira toca como 1946, da mesma forma e com o mesmo estilo. Além disso, se mantém fiel as canções que grava e o que o tornaram famoso no Brasil e no exterior.
Era fã e amigo de Braguinha (João de Barro), até então diretor artístico da gravadora Continental; que o convence a gravar em português e interpretar o samba-canção: “Copacabana” (parceria de Braguinha e Antônio Almeida), sendo seu primeiro sucesso como intérprete e se mantém nas paradas de sucesso entre 1946 -1947, o que dá segurança a Farney para cantar em português e o motiva a gravar outras composições.
Em 1946, Dorival Caymmi compõe o samba-canção “Marina” para Farney. Essa interpretação de Farney é uma de suas melhores e vira um clássico no final da década de 1940, a popularidade do cantor é enorme, o que motiva alguns jovens moradores da Tijuca, a criarem o Sinatra-Farney Fã-Clube em 1948.
Ainda em 1948, registra outra parceria com Braguinha e Antônio Almeida, a toada “A saudade mata a gente”. Devido ao sucesso no Rio de Janeiro (até então capital federal), é convidado para se apresentar na Rádio NBE; que o contrata. Fez shows em Nova York, Los Angeles, Chicago e São Francisco.
Farney apreciava a obra de José Maria de Abreu e Jair Amorim: e grava em 1949 o samba-canção: “Ponto final” e samba-canção: “Alguém como Tu”. Dos mesmos compositores é criado para Farney, que grava em 1952, tornando-se um dos seus principais sucessos.
Em 1954, Tom Jobim e Billy Blanco compõem o samba “Tereza da Praia”, que é gravado por Dick Farney e Lúcio Alves, sendo um grande sucesso. Neste mesmo ano, grava a pré bossa nova “Outra vez”, com acompanhamento de Tom Jobim e seu conjunto. Gravou em 1959, “Este seu olhar” composta por Jobim.
Ainda de Jobim, registrou várias de suas composições como: “Inútil paisagem” e “Fotografia”, esta última em dueto com Claudete Soares. Em 1952, de Luís Bonfá: “Perdido de amor”, que é, sem dúvida, um clássico.
Dick Farney: A elegância musical! Por excelência da nossa MPB, Obrigado!
Dr. Raul Rodrigues Baía Filho
Gênios da Nossa Música – Histórias da MPB