Prefeito chama Itaroti de aloprado

Durante a live, prefeito mostrou contrato de aluguel do apartamento. Foto: Reprodução Redes Sociais

Sempre comedido em suas críticas, o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) elevou o tom na última semana contra o vereador Celso Itaroti Cancelieri Cerva (PTB), por uma acusação que o vereador fez contra o chefe do Executivo, envolvendo uma geladeira que a Prefeitura retirou de uma creche, a fim de ser emprestada temporariamente ao subtenente do Tiro de Guerra 02-092, de Vargem Grande do Sul. O prefeito chegou a chamar o vereador de aloprado, por suas atitudes.
Na tarde de domingo, dia 5, o vereador Celso Itaroti Cancelieri Cerva (PTB), publicou em sua página da rede social Facebook que uma geladeira havia sido tirada da Creche Pró-Infância e entregue no apartamento 22, do imóvel situado à rua Dr. Moacir Troncoso Peres, nº 755, no Centro.
“Eu gostaria de saber o motivo da Prefeitura de Vargem Grande do Sul deixar este eletrodoméstico neste local, uma vez que não se tem notícia que este apartamento estaria locado para a administração municipal”, exclamou o vereador.
A resposta à publicação chegou na segunda-feira, dia 6, por volta das 12h, quando o prefeito Amarildo Duzi Moraes (PSDB) abriu uma live em sua página, a fim de esclarecer os fatos.
“Primeiro, que neste número 22 está residindo o subtenente que comanda o nosso Tiro de Guerra. Ele mudou-se para cá no começo do mês de janeiro e era para o Exército contratar um caminhão para trazer a mudança dele. Ele está lá neste apartamento com a família, sendo o subtenente, a esposa e dois filhos, sem um móvel, porque o Exército não conseguiu entregar ainda os móveis da mudança. Quase 30 dias e ele não tem televisor, geladeira, sofá, não tem nada”, explicou.
“Ele veio conversar com a gente no gabinete e pediu se tinha uma geladeira para emprestar, já que ele está morando nessa condição. Então, aqui no gabinete foi autorizado. Foi falado com a diretora de Educação, ligou-se em uma creche onde não estava usando, para fazer o empréstimo, para ceder nesse caso de urgência ao subtenente do tiro de guerra”, completou.
Em seguida, Amarildo pontua que o vereador disse que não há contrato, quando, na verdade, o contrato está disponível no Portal da Transparência. A dispensa de licitação 019/2022, publicada em 27 de outubro de 2022, às 9h, informa que o presente contrato tem por objetivo a locação de imóvel urbano, situado à Rua Dr. Moacir Troncoso Peres, nº 755, apto 22, no Centro de Vargem Grande do Sul, destinado à residência do instrutor do Tiro de Guerra, conforme Termo de Compromisso de 07/01/2014, autorizado pela Lei Municipal n2 3.798 de 03/06/2014, referente ao contrato de locação 106/2022.
“O dr. Celso Itaroti é um vereador de diversos mandatos, que já foi prefeito, se tivesse entrado no Portal da Transparência da Prefeitura, na qual sabe justamente onde é, e digitado lá, ia encontrar esse contrato desde o final do ano passado”, disse o chefe do Executivo.
O prefeito ainda relembrou que a prefeitura tem que dar todo o suporte ao subtenente, que é o responsável pelo Tiro de Guerra. “É a prefeitura que paga o aluguel, que dá a alimentação, entre outras coisas. E aí o vereador questiona ‘será que tem algum aluguel que a prefeitura paga? e ele fala que não tem. Tem sim. Você podia ter mandado um WhatsApp pra mim, perguntado, falado com qualquer diretor da prefeitura ou bastasse entrar no Portal da Transparência, lá no site da prefeitura. Digitou, ia sair esse contrato”, comentou Amarildo.
“E o senhor como prefeito e principalmente vereador de diversos mandatos, sabe disso. Infelizmente, o senhor não fez isso, se tivesse feito evitava esse tipo de coisa, dando a impressão que é uma pessoa aloprada. Que quer criar uma denúncia contra o adversário político, que é assim que me chama sempre, diz que sou seu adversário político e jamais terá elogio de sua parte em relação a mim, só ataque. Você mesmo diz isso”, completou.
Durante a live, o chefe do Executivo ressaltou que o vereador é delegado de profissão e que deveria ter pensado que foram usados veículo e funcionário da prefeitura para fazer a entrega do eletrodoméstico. “Será que isso não demonstrou transparência para o senhor como delegado, experiente e quase aposentando? Existe uma lei que diz que todos são inocentes até que prove o contrário. E o senhor tinha todos os meios para elucidar isso rapidamente, mas passa a impressão de ser um aloprado”, reforçou o prefeito em relação à atitude do vereador.

Explicando o aloprado
Segundo o dicionário pesquisado pelo jornal Gazeta de Vargem Grande, aloprado é um adjetivo que caracteriza o comportamento de um indivíduo desajuizado, adoidado e muito inquieto. Amarildo expôs que esse ‘alopramento’ de Itaroti já aconteceu algumas vezes na prefeitura durante o seu mandato como prefeito. “Quem está acompanhando o leilão que a prefeitura vai fazer, de bens inservíveis, viu que nós estamos colocando lá módulo de carga para tablets e notebooks, que o senhor comprou. Pagou mais de R$ 60 mil e hoje vale mais de R$ 100 mil. Só para que a população entenda: ele comprou carregador, só que não comprou os tablets e os notebooks. Se você que está me ouvindo tivesse comprado o carregador para depois comprar o celular, teria sentido? Claro que não tem e o prejuízo é em torno de R$ 100 mil”, pontuou.
O prefeito relembrou também quando o vereador tomou água achando que a mesma era tratada, mas que se tratava de água poluída, proveniente de um esgoto, que caía junto à ponte do Rio Verde, no trecho onde hoje é o Supermercado Novo Milênio. “A população lembra bastante desse ato de ser um pouco aloprado. O senhor, na baixada do Rio Verde, tomando a água. Foi feito o teste da água pela Cetesb e ela comprovou que era esgoto, ou seja, o senhor para certas coisas é um aloprado. Ainda mais como delegado, precisava tomar esses cuidados”, afirmou.
O prefeito lamentou que uma atitude como essa não é política, é politicagem. “Nós precisamos, na verdade, nos unir para fazer uma cidade melhor. Esse tipo de comportamento não leva a lugar nenhum, pelo contrário, publica-se na rede, algumas pessoas começam a inflamar, quando na verdade não tem nada de irregular, foi com absoluta transparência. E o senhor poderia, como delegado, como vereador, como ex-prefeito, tinha todas as ferramentas para esclarecer, mas preferiu primeiro acusar para depois buscar as provas. Então, estão aqui as provas”, disse.
“E, como sempre, estamos à disposição dos vereadores para outros esclarecimentos. Mas, infelizmente, ações alopradas como essa levam a este tipo de acontecimento, é lamentável isso. Eu sempre digo que a função do vereador é fiscalizar, mas não perseguir, não inventar provas”, completou.

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