Um problema social e educacional frequentemente discutido em Vargem Grande do Sul e que interfere na vida de dezenas de famílias, é com relação às vagas disponíveis nas creches na cidade. A fim de zerar a fila de espera e minimizar o problema, uma creche está sendo construída no Jardim Paraíso II. De acordo com a Prefeitura Municipal, o cronograma da obra se encontra em aproximadamente 85% executado.
Na creche, serão investidos um total de R$ 1.752.642,38, dos quais, R$ 1.219.613,01 são recursos do Programa Ação Educacional Estado-Município/Educação Infantil e R$ 533.025,08 contrapartida da prefeitura com recursos próprios.
Segundo o Departamento de Obras da prefeitura, a construção se encontra em fase de acabamentos, como assentamentos de revestimentos, colocação de esquadrias, pintura, colocação de bancadas, divisórias entre outros detalhes de acabamento.
A prefeitura informou que aproximadamente 100 crianças serão atendidas no local, sendo filhos dos moradores dos bairros Paraíso I e II, Jardim Iracema, Santa Terezinha e demais endereços próximos ao local.
A obra da creche no Paraíso II foi iniciada em 2018, ficando paralisada por um certo período. Em 2022, uma nova licitação foi feita e os trabalhos na creche seguiram em bom ritmo a partir desta data. A previsão de inauguração é o segundo semestre de 2023, e deverá suprir a demanda das crianças que moram nos bairros próximos à creche.
A prefeitura informou que para atender a procura de vagas em outros bairros, está com o projeto de ampliação da Creche Cezarina na Vila Santana e a construção de mais uma creche na parte alta da cidade.
Atualmente, são 22 crianças esperando para serem acolhidas em uma das oito creches municipais, que cuidam de 760 crianças de quatro meses até três anos e 11 meses, quando entram na idade escolar.
Assim, com o término da creche no Jardim Paulista II, a lista de espera que está em 22 crianças poderia zerar, uma vez que é esperado atender 100 crianças no local. No entanto, segundo o informado, os moradores de bairros distantes não têm interesse na vaga no Paraíso II e, portanto, é possível que a lista de espera continue até que se resolva o problema.
A procura por vagas em creches aumenta no período da safra agrícola, principalmente durante a safra da batata, cuja colheita começa logo depois do segundo semestre.
Busca por vagas
Na Creche Municipal Maria Pereira da Fonseca – Dona Zinha Cordeiro, localizada próxima ao Jd. Redentor, 115 crianças estão matriculadas e quatro crianças estão na fila de espera. Já na Creche e Emei Virgínia Lopes Ruiz, na Vila Santa Terezinha, há 81 crianças matriculadas e uma na fila.
A Creche e Emei Padre Donizetti, na Vila Polar, está com 85 crianças matriculadas e cinco aguardando vaga na fila de espera. Com 140 crianças matriculadas, quatro crianças estão na fila de espera da Creche e Emei Geraldo Cara Rinaldi, localizada na Cohab.
Na Creche e Emei Alice Giovaneli João, no Jd. Santa Marta, há 104 crianças matriculadas e três crianças estão na fila de espera. Três crianças estão na fila de espera da Creche Irmã Gertrudes e Emei Peixinho Dourado, no Jd. Dolores, na qual há 84 crianças matriculadas.
Com 81 crianças matriculadas, uma criança está na fila de espera da Creche Dona Cezarina de Almeida Rodrigues e Emei Amor Perfeito, na Vila Santana. Na Creche Municipal Evangeline Ciacco de Oliveira – D. Evange, no Jd. Ferri, há 70 crianças matriculadas e uma criança na fila de espera.
Creche Jardim Ferri
Há tempos, o assunto aflige as mães vargengrandenses e também os dirigentes municipais, uma vez que o número de crianças esperando por vagas em creches no município já chegou a ter 600 crianças na fila de espera. Em abril de 2022, cerca de 60 crianças aguardavam uma vaga.
Contudo, em setembro a Creche Escola Evangeline Ciacco de Oliveira – Dona Evange, no Jardim Ferri, foi inaugurada. A creche foi construída no Jardim Ferri com recursos de R$ 1,6 milhão do Governo do Estado e com coparticipação da prefeitura.
Creches em Vargem
A história das creches em Vargem Grande do Sul tem início com o pioneirismo de algumas pessoas comandadas pelo então vigário Celestino C. Garcia, que em 1964 inaugurou a primeira creche do município, o Clube das Mães, entidade filantrópica que funcionou até 2014, quando passou a ser administrada pela prefeitura.
A creche Clube das Mães, durante décadas, foi a única a atender principalmente os filhos dos pais que precisavam trabalhar e não tinham com quem deixar as crianças. Em 1986, o pioneirismo do então prefeito Alfeu Rodrigues do Patrocínio na área social, o levou a construir a primeira creche municipal, a Creche Irmã Gertrudes, localizada no Jardim Dolores.
Mas, foi a partir da Constituição Federal de 1988 que houve mudanças significativas no setor, quando no seu texto, ela estabeleceu que a criança de zero a seis anos tem direito à educação e não deixa dúvidas de que é dever do Estado oferecê-la, embora a matrícula não seja obrigatória.
Assim, desde a década de 1980 foram sendo construídas várias creches no município para dar conta da demanda, principalmente para contribuir com as mães trabalhadoras, embora a creche seja um direito da criança e não da mãe. Durante várias gestões, o poder público municipal construiu a Creche Dona Cezarina, na Vila Santana; Creche Dona Virgínia Lopes Ruiz, na Vila Santa Terezinha; Creche Padre Donizetti, na Vila Polar; Creche Alice Helena Giovaneli João, no Jd. Santa Marta; Creche Geraldo Cara Rinaldi, no Jardim Santo Expedito e a mais recente, a Creche D. Zinha Cordeiro, no Jardim Fortaleza.
Para dar conta de toda esta demanda, o Departamento de Educação emprega dezenas de professores, coordenadores de creches, merendeiras e outros colaboradores que atendem centenas de crianças todos os dias, de segunda a sexta-feira, das 7h às 16h30. Também o Departamento de Educação consome uma boa parte do orçamento municipal para fazer frente aos gastos com as creches e as estruturas que elas necessitam.
A creche é muito importante para as crianças, ajudando na coordenação motora, na parte cognitiva e nos hábitos alimentares, além de visar o desenvolvimento integral da criança, propiciando uma base para o início dos estudos a partir dos quatro anos, quando ela vai para a escola infantil.
As creches municipais atendem crianças em dois períodos, o integral, das 7h às 16h30 e o parcial das 7h às 11h e das 12h30 às 16h30. O período parcial nas creches foi implantado no município há alguns anos e, desde então, os números de crianças esperando na fila vem caindo.
O integral é voltado para as crianças cujas mães trabalham com carteira registrada e o parcial para aquelas com mães que trabalham, mas sem o devido registro em carteira. Também são aceitas crianças cujas mães não trabalham. Elas são admitidas somente em período parcial. Atualmente, as crianças matriculadas em período integral são a maioria.
Para atender os bebês, todas as creches têm um lactário onde são preparadas as mamadeiras, além das refeições dos bebês, as papinhas, que diferem da comida dos mais velhos. Existe o Berçário I, que atende as crianças de quatro meses até um ano e o Berçário II para atender as crianças de um até dois anos.