Projeto do Meio Ambiente visa proteger Bacia do Rio Verde

Edson do Meio Ambiente e o servidor Antônio explicaram sobre o projeto. Foto: Reportagem

Basta digitar as palavras “nascente do Rio Verde” e dar uma espiada no Google Earth, para tomar conhecimento do desmatamento das nascentes e das margens do rio que abastece toda a população de Vargem Grande do Sul. O mesmo acontece com o Ribeirão Preto da Forquilha, principal afluente que desagua no Rio Verde e ajuda com suas águas a encher a Barragem Eduíno Sbardellini, de onde são extraídos milhões de litros de água para atender os mais de 40 mil habitantes da cidade.
Na quarta-feira, dia 22, foi comemorado o Dia Mundial da Água e para marcar a data, a Gazeta elaborou esta reportagem especial para a população tomar conhecimento sobre como andam as questões envolvendo a preservação e recuperação do Rio Verde e do Ribeirão Preto da Forquilha nos trechos compreendidos desde suas nascentes, até desaguarem na barragem.
Com o atual período chuvoso, quem vê o Rio Verde, o Ribeirão Preto da Forquilha e a Barragem Eduíno Sbardellini com um grande volume de água, não imagina que no período de estiagem eles chegam a diminuir drasticamente, sendo que o Ribeirão Preto da Forquilha passa a não ter água corrente devido aos barramentos feitos por produtores rurais para atender os pivôs de irrigação que existem na sua microbacia.
Os dois rios são frutos da Serra da Mantiqueira, onde nascem no município de Vargem Grande do Sul, sendo o Rio Verde nas imediações da Fazenda Pindorama, próximo à rodovia que liga Vargem a São Sebastião da Grama e o Ribeirão Preto da Forquilha na região da Fazenda Santana, no Barro Preto, se encontrando os dois pouco antes de chegarem à Barragem Eduíno Sbardellini.
Um dos que mais vem sofrendo com a ação humana é o Ribeirão Preto da Forquilha. Até alguns anos atrás, a região onde ele corre era uma importante bacia leiteira e a agricultura praticada era a de estação, quando se plantava milho e outros cereais no período das chuvas. Agora, pratica-se no local uma agricultura com plantações o ano todo através da irrigação com pivôs, que se utilizam das águas dos barramentos feitos no seu leito.
Na época das estiagens, ele deixa de correr em alguns trechos, secando e não contribuindo com suas águas para abastecer o Rio Verde, com consequências drásticas para o fornecimento de água para a população. Neste período, que vai de abril a outubro, a barragem Eduíno Sbardellini chega a níveis preocupantes de água, levando o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (SAE), a decretar racionamento de água até que as chuvas chegam e normalizam à situação.

Recuperação das APP
A Prefeitura Municipal de Vargem Grande do Sul através do Departamento de Agricultura e Meio Ambiente está trabalhando com um projeto de recuperação das Áreas de Preservação Permanente (APP) da bacia do Rio Verde à montante da captação que é feita junto à Barragem Eduíno Sbardellini.
A Gazeta entrevistou o diretor Edson Sbardellini do departamento do Meio Ambiente, juntamente com o servidor Antônio Marcos Ayres da Cunha Santos, que estão à frente do trabalho visando a recuperação do Rio Verde e seu afluente.
O projeto consiste no cercamento das áreas das nascentes e nas margens tanto do Rio Verde quanto do Córrego Ribeirão Preto da Forquilha. A prefeitura está oferecendo o material para o cercamento das áreas, como arame farpado, mourões e esticadores e as mudas de árvores nativas da região, como ipê, paineira, cedro, jequitibá, dentre outras.
A partir do módulo rural, as margens a serem preservadas nestes rios variam de 10 a 50 metros de cada lado. Nas nascentes, a área destinada à sua preservação é de 50 metros de raio. O departamento iniciou no ano passado um trabalho de levantamento e parceria para restauração destas áreas junto a alguns proprietários, mas o trabalho não prosperou.
A maior dificuldade estaria em os proprietários cumprirem a legislação que estabelece uma metragem mínima para a preservação das áreas de APP. Na bacia do Rio Verde os trabalhos envolvem cerca de 15 propriedades por onde o rio passa e também existem nascentes. Já no Ribeirão Preto da Forquilha, seriam 12 propriedades que teriam de executar os trabalhos de preservação e plantio de árvores.

Leia mais:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui