Falta de medicamento na Saúde gera discussão na Câmara Municipal

Itaroti enviou requerimentos questionando a falta de medicamentos. Foto: TV CÂMARA/YOUTUBE

Desde fevereiro, os vereadores vêm debatendo nas sessões da Câmara Municipal sobre a falta de medicamentos fornecidos pela Rede Municipal de Saúde. Desde então, o vereador Celso Itaroti Cancelieri Cerva (PTB) já encaminhou dois requerimentos ao Chefe do Executivo sobre o tema.
Na sessão do dia 7 de fevereiro, Itaroti falou do problema no uso da palavra livre e, na sessão de 22 de fevereiro, o requerimento 19/2023, que questionava quando iria cessar o problema de falta de remédios, fraldas, sonda, leite (fórmula especial para crianças), na rede municipal de saúde, foi aprovado. Segundo Itaroti, autor do requerimento, as alegações das repartições eram de que a prefeitura estava sem verba para comprar.
O requerimento 42/2023 foi aprovado pelos vereadores na sessão do dia 21 de março. Uma das questões do requerimento relacionado à saúde era sobre quando será solucionado o problema da falta de medicamentos fornecidos pela rede municipal de saúde, uma vez que as alegações seriam de que não há dinheiro para comprar.
À Gazeta de Vargem Grande, o Departamento de Saúde informou que a compra de medicamentos está sendo realizada normalmente, sempre com o planejamento para que não haja a falta no estoque. Segundo o informado, todos os pedidos foram autorizados pelo executivo e encaminhado para aquisição.
“No entanto, estamos encontrando dificuldade na entrega de alguns medicamentos pelas empresas, ainda pela falta de insumos ocasionados pela pandemia da Covid-19, principalmente, pela total dependência de matéria prima de países como Índia e China e somando-se a isso, a guerra na Ucrânia que permanece colaborando para esse cenário de escassez de matéria prima/produto, tem-se o fato da alta dos medicamentos acontecer no primeiro trimestre de cada ano que pode colaborar também com a diminuição da circulação de alguns itens devido a toda questão comercial que envolve o mercado farmacêutico”, disse.
De acordo com o informado, desta maneira, uma vez que os pedidos são realizados e autorizados pela administração, o problema maior fica concentrado no ponto da produção e fornecimento dos mesmos que enfrentam as dificuldades citadas, o que acarreta em atrasos nas entregas.
A Prefeitura Municipal informou que a lista de medicamentos na atenção básica é composta por 187 itens e no momento 25 estão em falta. “Pode-se concluir que as faltas são pontuais, já que representam apenas 13,4% do total”, comentou.
Foi informado ainda que de 1º de janeiro a 24 de março, foram realizados 18.209 atendimentos na Farmácia do Centro de Saúde II e mais 4.958 atendimentos à pacientes na Farmácia do Jardim Dolores. “No que tange à Assistência Básica houve por parte desta administração o cuidado de atualizar a Relação Municipal de Medicamentos (REMUME) com medicamentos que atendam às prescrições médicas mais recentes com o objetivo de ampliar o acesso dos munícipes aos medicamentos prescritos por toda a rede pública municipal, estadual, bem como receituários da rede particular e conveniada de planos de saúde”, pontuou.
A prefeitura explicou que os pacientes com prescrições de medicamentos, que não tem na rede, e que se enquadram na triagem socioeconômica, são encaminhados para a Assistência Social e realizado compra direta não deixando de serem assistidos até que se regularizem às entregas das empresas detentoras da licitação, as quais são notificadas por atraso de entrega, a fim de cumprirem com as medidas administrativas pertinentes ao contrato. “Para conhecimento existem alguns medicamentos em falta no mercado que não estão sendo adquiridos nem pela rede particular, as farmácias, o que demonstra as dificuldades do poder público em adquirir esses medicamentos”, completou.

Discussão na Câmara
Na sessão de 7 de fevereiro, o assunto também foi abordado por Itaroti na palavra livre. Na ocasião, o vereador Antônio Sérgio da Silva, o Serginho da Farmácia (PSDB), que é proprietário de farmácia, pontuou que devido a grande demanda, a saúde sempre foi e sempre será problema.
O vereador Carlos Eduardo Scacabarozi, o Canarinho (PSDB), comentou que a falta de remédio poderia ser por falta de entrega da empresa e relembrou de um vídeo na época da gestão do Itaroti, na qual o vereador João Batista Cassimiro, o Parafuso (PSD), questionava que não havia tramal.
Itaroti negou que isso aconteceu e pediu que o edil provasse. O presidente da Câmara Guilherme Contini Nicolau (MDB) também comentou que sempre teve reclamação e, com Itaroti esbravejando ao fundo que nunca faltou remédio em sua gestão, disse que basta olhar os grupos de discussões sobre a cidade nas redes sociais em 2013, que veriam os questionamentos dos moradores. Itaroti comentou que a reclamação em sua administração era apenas sobre buracos.
Por fim, o presidente da Câmara ressaltou que se não houvesse problemas na cidade, não haveria necessidade de ter prefeito, vereador e vice-prefeito.
Na sessão do dia 21 de março, quando o segundo requerimento foi aprovado, Serginho voltou a ressaltar que a saúde sempre foi, é e sempre será uma questão problemática, sendo uma área que quanto mais se investe, mais é preciso investir.
O vereador pontuou que a demanda de medicamento cresce e a falta ou demora da chegada deles também complica, inclusive em farmácias particulares, uma vez que há remédios que ele também não está achando para comprar.
Itaroti afirmou que é um absurdo faltar medicamentos e Serginho concordou, salientando outra vez que na administração de Itaroti medicamentos também ficaram em falta. O ex-prefeito negou novamente e Serginho disse que, na época, muitos vereadores questionaram e que isso poderia ser conferido nos documentos da Casa de Leis.

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