Reinaldo Ricchi Jr
O Ranking Connected Smart Cities (Cidades Inteligentes Conectadas) indica que a região sudeste do Brasil é a que possui maior potencial inovador para o desenvolvimento econômico. O ranking avaliou 673 cidades com mais de 50 mil habitantes em 70 indicadores, e a cidade de São Paulo alcançou o primeiro lugar no indicador tecnologia e inovação [1]. Analisando o atual cenário global, é possível perceber que grandes economias como China, Índia e Estados Unidos, por exemplo, são as que mais investem em inovação. Ou seja: para alcançar um desenvolvimento econômico robusto, é preciso investir em formação de capital humano qualificado, através, principalmente, de projetos inovadores na área da educação, e de maneira muito especial na educação das crianças, que já nascem hoje em dia mergulhadas no vasto universo da inovação tecnológica.
O indicador para tecnologia e inovação avaliou os seguintes temas: capital humano, infraestrutura de telecomunicação (Fibra Ótica e 4G), produção de conhecimento (patentes) e incentivo à pesquisa [1]. É importante ressaltar que o capital humano foi o primeiro tema analisado para classificar o nível de tecnologia e inovação dos municípios. Isso significa que a qualidade da formação dos profissionais é o principal fator para elevar o nível de tecnologia e inovação, e, como consequência, o nível de desenvolvimento econômico. Ou seja: capital humano e capital financeiro caminham lado a lado, e ambos estão fundamentados na educação. Nesse sentido, é preciso expandir a visão inovadora de gestores públicos, empresários, professores, alunos e da sociedade como um todo.
Um estudo da Associação Brasileira de Startups (ABStartups) demonstra que o Estado de São Paulo (e de maneira muito especial a sua capital) é o que mais concentra startups no Brasil. Essa liderança é consequência direta do seu forte desenvolvimento educacional, pois possui 3 das melhores universidades públicas do país, que são referências internacionais em formação de capital humano, produção científica e inovação tecnológica [2]. Essa força educacional de São Paulo já é aplicada em vários municípios, através da Univesp (Universidade Virtual do Estado de São Paulo), por exemplo.
Nesse contexto, um importante desafio é conduzir da melhor maneira possível os alunos que participam dos cursos da Univesp, para que as desistências sejam minimizadas, e as motivações, por outro lado, maximizadas.
Portanto, existe uma relação direta e muito clara entre a formação de capital humano e o desenvolvimento econômico. É o conhecimento qualificado que faz a diferença na elaboração de políticas capazes de atrair grandes investimentos, às vezes da ordem de bilhões de dólares, para desenvolver projetos inovadores que exerçam impacto positivo na vida dos cidadãos. No contexto do Brasil, é preciso ter a visão empreendedora de que cada desafio deve ser visto como uma oportunidade para encontrar soluções criativas. Isso já aconteceu com várias startups brasileiras e pode acontecer novamente em realidades locais, se a visão inovadora for trabalhada com disciplina e foco, e fundamentada, especialmente, na educação tecnológica.
Referências