Presidente do Sicov comenta a crise

O presidente do Sicov Ângelo Morandin Ranzani comenta sobre a crise atual do setor. Foto; Arquivo Pessoal

Com duas cerâmicas para administrar, o empresário Ângelo Morandin Ranzani, atual presidente do Sindicato da Indústria Cerâmica e Oleira de Vargem Grande do Sul (Sicov), vive o dia a dia da atual crise do setor cerâmico. Sócio proprietário da Cerâmica Morandin em Vargem e da Morandin & Ranzani, em Tambaú, disse que os proprietários de cerâmicas estão passando por uma dificuldade enorme.
“As vendas caíram muito, os preços estão defasados, o custo hoje na produção subiu mais de 80%. Energia, manutenção e a parte de cavaco usado na queima, a lenha e a argila subiram muito e está ruim para vender”, comentou sobre a crise.
Ele acredita que hoje a maioria das cerâmicas está fechando o mês no vermelho, isso é, com prejuízo. Essa conclusão ele tira com as conversas que mantém com os ceramistas da cidade e da região.
As causas que levaram à atual crise, segundo o presidente do Sicov, seriam além dos preços defasados, também os juros altos. “Os investidores que construíam para obter uma renda com os aluguéis ou venda dos imóveis, pararam de construir e conversando com alguns destes construtores eles me afirmaram que hoje é melhor ter dinheiro aplicado no banco do que construir, com o dinheiro rendendo mais no banco do que com o aluguel”, falou Ângelo.
Sobre a importância das indústrias cerâmicas para Vargem, o presidente do Sicov citou que hoje as cerâmicas empregam cerca de 400 funcionários no município e uns 200 empregos indiretos, gerando movimento nas mecânicas, borracharias, mecânicas de manutenção, restaurantes, serralherias, postos de combustíveis, freteiros, pessoal da lenha, escritório de contabilidade, técnicos de informática, supermercados, onde os empresários compram as cestas básicas fornecidas aos empregados, autopeças, dentre outros serviços e comércio que as indústrias cerâmicas utilizam na cidade para funcionarem.
Essa fase ruim ele acredita que perdurará este ano todo, citando os juros altos e as contas do governo federal em frangalhos como consequências do atual momento difícil que passa o setor. “Com o crédito se tornando cada vez mais difícil e sem o qual, os financiamentos que movimentam programas como o Minha Casa Minha Vida não conseguem atrair os consumidores que querem comprar um imóvel, a conclusão que eu chego é que vai cair mais ainda as vendas se não houver uma baixa nos juros cobrados”, finalizou Ângelo.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor insira seu comentário
Por favor insira seu nome aqui