Um dos mais antigos ceramistas da cidade, o economista José Maurício Cavalheiro está há 44 anos no ramo, é sócio proprietário das cerâmicas Santo Antônio e Paulista, indústrias que administra juntamente com o filho Maurício Andrade Cavalheiro e mostrou-se otimista.
Com entusiasmo, mostrou alguns investimentos feitos por ele e o filho na Cerâmica Paulista, como os fornos móveis e os sistemas computadorizados para monitoramento da queima dos fornos.
Para ele, a construção civil é um dos grandes geradores de emprego no Brasil e o governo deverá olhar para o setor que está vivendo uma grande crise. “Acredito que os juros deverão cair a médio prazo. O financiamento de imóveis vai ficar mais interessante e deve haver uma melhora”, comentou ao jornal.
Para ele, apesar da atual crise, a maioria dos empresários das cerâmicas de Vargem Grande do Sul está estruturado e deve aguentar até que a situação melhore. “O setor cerâmico é cíclico, já vivi todos os planos econômicos governamentais e acho que a médio e longo prazo a situação econômica do Brasil deve melhorar. Este ano acho difícil uma retomada maior da economia, mas no ano que vem devemos ter melhoras”, afirmou.
Ele lembrou de crises muito mais longas e severas. “No congelamento do governo Collor ficamos um mês sem vender nada, depois melhorou”, relembrou o empresário.
Sobre o momento atual, comentou que o volume das vendas está muito baixo, os custos aumentaram muito, principalmente depois da guerra da Ucrânia, com o preço do diesel aumentando e impactando a produção cerâmica, uma vez que se utilizam muito óleo tanto para a movimentação de maquinário e veículos dentro da indústria, queima de fornos, como também para buscar argila, realizar as entregas dos produtos.
A energia elétrica que também pesa muito no setor, já vinha com preço alto há um bom tempo e também é fator de aumento nos custos de produção, bem como o ferro usado na manutenção das vagonetas. Como os outros empresários entrevistados, José Maurício citou que durante a pandemia da Covid 19, as vendas aumentaram, bem como os preços dos blocos cerâmicos, mas que agora voltaram a um patamar complicado para as indústrias.
Para sair da crise, uma das possíveis atitudes estaria na diminuição da produção pelos ceramistas, algo que já vem sendo discutido em um outro polo ceramista importante, que é o da cidade de Tatuí-SP. “Diminuir a produção e reduzir custos, adequando ao que o mercado está consumindo, seria uma das soluções”, apontou o industrial José Maurício Cavalheiro.